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Guerra de facções produz massacre também nas cadeias do Ceará

Grupos rivais disputam com armas território e poder no Sistema Penitenciário

No dia 29 de janeiro, uma chacina deixou 10 presos mortos na Cadeia de Itapajé

10/09/2018 9:51

A guerra travada nas ruas de Fortaleza entre membros de duas facções criminosas se reflete nas cadeias, penitenciárias, presídios e outras unidades do Sistema Penitenciário cearense. Entre os anos de 2014 e 2018, nada menos, que 158 internos do sistema foram mortos, a maioria assassinada. Há também os casos de suicídios, em minoria. A violência atrás das celas é motivo também de chacinas. Em matéria especial divulgada nesta segunda-feira (10), o site Uol traz uma reportagem especial sobre o assunto, com o seguinte título: “Suor na camisa, cocaína na cela e guerra de facções; como morrem os presos no Ceará”. Um dos destaques da matéria é a chacina ocorrida no dia 29 de janeiro último, na Cadeia Pública da cidade de Itapajé, no Norte do estado (a 124Km de Fortaleza), quando 10 presos foram assassinados a socos, pontapés, golpes de faca e “cossoco”, além de tiros de revólver. A chacina decorreu de uma vingança entre as facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Guardiões do Estado (GDE). Dois dias antes, uma festa organizada pelo CV, em uma casa de forró na periferia de Fortaleza, foi atacada por bandidos da GDE, que fuzilaram 14 pessoas, a maios chacina já registrada na história do Ceará. O massacre ocorreu após uma adolescente, namorada de um preso, entrar na Cadeia Pública com o armamento. De acordo com a matéria do Uol, em 2014 o Ceará registrou 58 mortes violentas dentro dos presídios e outras unidades do Sistema Penal. Em 2018, até o mês de junho, já foram contabilizadas 45. O percentual de 51 por cento de mortes violentas nas unidades carcerárias do Ceará supera os índices de outros estados brasileiros. “Os presídios cearenses vivenciam conflitos entre grupos desde antes das facções, mas a situação de deteriorou porque esse novo elemento intensificou o que outrora era demarcado pelo bairro e pela sua área de abrangência”, afirma o sociólogo Luiz Fábio Paiva, pesquisador do Laboratório da Violência da Universidade Federal do Ceará (LEV-UFC). Ele acrescenta que “gangues e quadrilhas de traficantes disputaram e se mataram durante anos, restritos pelas fronteiras de suas áreas de atuação. As facções, ao contrário, estão em todo o estado e agora, quem enfrenta um grupo faccionado em Fortaleza, também o enfrenta em Juazeiro do Norte. As facções atuam em todo o Ceará”, assinala Paiva.    

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