Governo aumenta tempo de coronéis na Ativa da PM e medida gera polêmica no oficialato

A permanência na Ativa, que era de três anos, passou para cinco, conforme a mudança

A decisão do governo divide opiniões entre os oficiais da PMCE

18/04/19 12:12

O governador Camilo Santana (PT), alterou a  lei que restringia aos coronéis  da Polícia Militar – último posto na carreira – a permanecerem na Ativa  da Corporação por, no máximo, três anos. Agora, a permanência passou para cinco anos. Quando completar 30 anos de serviço e cinco na graduação, o oficial, então, passará para a Reserva Remunerada.  Assim, a medida aumentou o tempo de atividades dos coronéis nos quartéis.

A medida do governo, porém, dividiu o oficialato. Para aqueles que já estão no posto de coronel, o aumento do tempo de serviço foi visto de forma positiva, retardando assim a saída forçada  ou compulsória da Ativa para a Reserva.

Já aqueles que ainda não chegaram ao último posto da carreira, mas que estão próximos de completar os 30 anos de serviço, a decisão de Camilo Santana desagradou. Isso porque não houve alteração no número de vagas para coronel.  Estes, completarão  os 30 anos de serviço e não terão o tempo hábil para a promoção à maior patente da carreira. São tenentes-coronéis, majores e capitães.

A alteração na legislação foi publicada no Diário Oficial do Estado do Ceará (DOE) no começo desta semana e já está em vigor. Além disso, sua validade tem efeito retroativo a 1º de fevereiro deste ano, conforme determinação do governador.

Para aqueles que chegarão aos 30 anos de atividade sem chances de atingir a maior patente dentro da carreira, a medida vai produzir um efeito negativo na tropa: vários oficiais que estão nesta condição vão apressar o pedido de saída da tropa, a chamada “Requerida”, que seria a aposentadoria ou Reserva à pedido do próprio militar.  Do outro lado, os coronéis que estariam prestes a completar os três anos no cargo, e que teriam que deixar a Corporação forçosamente, ganharão mais dois anos de sobrevida na Ativa e, portanto, nos cargos comissionados, o que representa ganho salarial.

Ressalte-se que a alteração na lei não atinge aqueles coronéis que atualmente exercem os cargos de Comandante-geral e de subcomandante-geral da Polícia Militar, de comandante-geral adjunto do Corpo de Bombeiros Militar, de diretores de Planejamento e Gestão das duas corporações, além do Chefe e do Assessor Executivo da Casa Militar.

Atualmente, os vencimentos (soldo mais gratificações) de um coronel da Polícia Militar do Ceará giram em torno de R$ 14 mil.

Veja a alteração na Lei publicada no Diário Oficial do Estado:

 

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