O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quarta-feira (16) que o apagão registrado em 26 unidades da federação na última terça-feira (15) foi provocado por falha na subsidiária da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) no Ceará.

"O evento zero se deu na linha de Quixadá a Fortaleza. Esse evento foi considerado, a princípio, de pequena magnitude. Ele, isoladamente, não era suficiente para causar um colapso. Esse evento aconteceu numa linha da Eletrobras, da Chesf, por erro de programação do sistema. O sistema não se protegeu como deveria ter se protegido", disse o ministro.

Segundo o chefe da pasta, um erro de programação fez com que a linha "abrisse", ou seja, deixasse de receber energia, levando a uma série de falhas.

Já a Eletrobras, por meio de nota, disse que identificou o desligamento da linha "por atuação indevida do sistema de proteção, milissegundos antes da ocorrência", às 8h31 da terça-feira (15).

"Ressalta-se que o desligamento da citada linha de transmissão, de forma isolada, não seria suficiente para a abrangência e repercussão sistêmica do ocorrido. As redes de transmissão do SIN são planejadas pelo critério de confiabilidade “n-1”, de modo que, em caso de desligamento de qualquer componente, o sistema deve ser capaz de permanecer operando sem interrupção do fornecimento de energia. A Eletrobras assegura que continua colaborando para a identificação das causas da perturbação, de natureza sistêmica, e dos motivos que levaram a sequência de desligamentos ocorridos no SIN, sob a coordenação do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS", afirmou a Eletrobras.

Após as declarações do ministro de Minas e Energia, o deputado cearense Danilo Forte (UB) foi à tribuna da Câmara dos Deputados, em Brasília e rebateu falas do ministro.

"Um elefante não passa no buraco de uma agulha. Não podemos responsabilizar o Ceará por uma problema que causou uma apagão em 25 estados do Brasil. O problema ta no gerencimento da rede. Uma linha de transmissão de 500kw entre Fortaleza e Quixadá não pode apagar um Sistema de 80G, isso não existe. As proporções são muito desiguais. O que houve de fato é que há um problema no gerencimento", disse o deputado.