Fevereiro Laranja: Brasil deve contabilizar 11.540 novos casos de leucemia por ano até 2025
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Fevereiro Laranja: Brasil deve contabilizar 11.540 novos casos de leucemia por ano até 2025

No Ceará, são esperados 850 novos casos no mesmo período

Profissional da saúde. Foto: Banco de Imagens

19/02/2024 15:03

O segundo mês do ano é dedicado à campanha de conscientização sobre a leucemia, um tipo de câncer sanguíneo. O objetivo do Fevereiro Laranja é alertar sobre a importância do diagnóstico precoce e sensibilizar a população sobre a necessidade da doação de medula óssea. A campanha ocorre em alusão ao Dia Mundial do Câncer, que é lembrado em 4 de fevereiro. Um levantamento do Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta que o número estimado de novos casos de leucemia por ano, para o Brasil, no triênio de 2023 a 2025, é de 11.540. Só no Ceará, são esperados 850 novos casos no mesmo período. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, a leucemia ocupa a décima posição entre os tipos de câncer mais frequentes no País.

Ainda de acordo com o Inca, em relação à mortalidade, em 2020, ocorreram, no Brasil, 6.738 óbitos por leucemia (3,18 por 100 mil). Nos homens ocorreram 3.703 óbitos (3,58 por 100 mil) e, nas mulheres, 3.035 óbitos (2,80 por 100 mil).

A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos), geralmente de origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, impedindo a formação de células sadias. A imunidade do paciente fica prejudicada e, em decorrência disso, aparecem as infecções. Existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo os quatro primários: leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (LLC). Em geral, a incidência aumenta com a idade, entretanto, a doença pode ocorrer em qualquer época, com subtipos dominantes dependendo da idade. As LLA são mais comuns em crianças menores de 15 anos, enquanto as LLC e LMA são mais incidentes em pessoas mais velhas.

Prevenção
Ainda de acordo com o especialista, a maioria dos casos de leucemia não podem ser evitados, pois na maioria das vezes, os pacientes que desenvolvem a doença não apresentam nenhum fator de risco conhecido que possa ser modificado.

Fatores de risco
De acordo com o Inca, a origem das leucemias pode estar ligada a fatores genéticos e ambientais, sendo os fatores de risco ambientais responsáveis por uma proporção pequena do número de casos da doença. Com exceção da LLA, quanto mais avançada a idade, maior o risco de desenvolver leucemia. Outros fatores de risco com evidência suficiente são tabagismo e tratamento prévio com radioterapia ou alguns quimioterápicos. Histórico familiar, algumas síndromes genéticas (Síndrome de Down, anemia de Fanconi, Li-Fraumeni) e outras doenças hereditárias, infecções por vírus linfotrópico de células-T humanas do tipo 1 (HTLV-1) ou vírus Epstein-Barr (EBV) também são fatores de risco. Entre os agentes ocupacionais cancerígenos com evidência suficiente de aumento de risco às leucemias, destaca-se a exposição ao benzeno, ao formaldeído, às radiações X e gama, agrotóxicos, amianto (asbestos), sílica, xileno e tolueno.

Geralmente, os profissionais expostos a esses agentes são agricultores, operários da indústria química e construção civil, trabalhadores de laboratório, mineradores e outros.

Tratamentos
A indicação de tratamento vai depender do tipo da leucemia (se aguda ou crônica, se mieloide ou linfoide), podendo ser desde medicamentos orais simples até quimioterapias mais intensivas com várias drogas. A intenção é anular as células cancerígenas e retornar à produção das células sadias.

Durante o tratamento é administrada a medicação quimioterápica, há um controle das infecções, das hemorragias e um foco maior no cuidado da doença no Sistema Nervoso Central, o que abrange o cérebro e a medula espinhal. Após o controle da doença, se necessário, é aconselhável o transplante de medula óssea. Ele é indicado em casos de alto risco. O procedimento consiste na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável.

O primeiro passo para o procedimento é a investigação dos familiares de primeiro grau do paciente em busca de compatibilidade. Caso isso não ocorra, é registrada a necessidade em um banco de medula. Os doadores voluntários são examinados e os resultados também vão para esse banco. No momento em que surge a compatibilidade entre o doador e o paciente, é feito o procedimento de coleta do material. A doação é importante, pois a chance de encontrar doadores compatíveis é relativamente baixa.

Doação de medula óssea
Para ser doador, basta ter entre 18 e 35 anos, apresentar boas condições de saúde, não ter apresentado ou estar em tratamento de câncer, doenças no sangue, no sistema imunológico ou ainda doenças infecciosas e se cadastrar em um hemocentro.

Ao fazer o cadastro, o doador faz a coleta de 5 ml de sangue para testes de compatibilidade e o resultado fica arquivado no cadastro de medula óssea. Os dados pessoais e os resultados dos testes serão armazenados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), coordenado pelo Inca. Caso o doador seja compatível com algum paciente da lista de espera, ele será convidado a fazer a doação. Por isso, também é importante os doadores manterem seus dados atualizados.

“A doação de medula óssea é um ato que pode salvar vidas, ela pode ser usada para cura de aproximadamente 80 doenças. A principal barreira para o procedimento ser realizado é a dificuldade na busca de doadores compatíveis. Por isso, quanto mais doadores cadastrados maiores as chances de um paciente encontrar uma compatibilidade”, finaliza Franklin.

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