Fé, política e um monte de coisa que a gente nem percebe
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Fé, política e um monte de coisa que a gente nem percebe

15/12/2017 10:00

Ciro Gomes disse nesta semana -- em tom de brincadeira -- que a solução para o País já foi dada e veio de Juazeiro do Norte. “Como o Padre Cícero, vamos dizer: quem matou não mate mais, quem roubou não roube mais e vamos começar do zero”. A ideia do presidenciável é criar uma quinta República, caso eleito seja. Não sei para vocês, mas a proposta me soa um tanto messiânica, talvez porque me faça lembrar do sebastianismo e do quinto império. Dom Sebastião, aquele rei português que sumiu na batalha de Alcácer-Quibir, virou uma lenda. Por não o terem encontrado morto, depois do combate, o homem tomou ares de deus. Diziam que ele iria voltar e instaurar o Céu na Terra (pelo menos para o escritor Fernando Pessoa), tomando Portugal como centro difusor. Ciro age como novo messias ao propor a quinta República, que viria por suas mãos, por sua regência no presidencialismo. A frase usada em tom de brincadeira, parafraseando Padre Cícero, é de uma seriedade espantosa. Ela não defende a impunidade. Se errou, que arque com as consequências, só não continue pisando na bola. A argumentação é baseada na máxima cristã de odiar o pecado e amar o pecador. Um político qualquer, o ex-governador Cid Gomes, por exemplo, pode até ter recebido propina da JBS, como delatou o empresário Wesley Batista, mas não se beneficiará mais disso na quinta República de Ciro, seu irmão. Isso não implica que ele vá se livrar da punição, caso seja provado o embolso de dinheiro irregular. Porque começar do zero não é o mesmo de esquecer-se do que foi praticado. Até porque para zerar é preciso ter acontecido algo antes. E na quinta República de Ciro, a Justiça vai ser rápida, porque boa. Cid, no íntimo, deve torcer para que uma nova era não tenha início em 2019. “Perdoem, e ainda que as nossas paixões não queiram perdoar, perdoem. (…) É preciso para nos salvar que perdoemos aos que nos ofendem”, dirá Ciro Gomes, citando Padre Cícero, aos seus irmãos num hipotético recebimento da faixa presidencial de Michel Temer.

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