Falso médico é denunciado por atuar em clínicas para dependentes químicos
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Falso médico é denunciado por atuar em clínicas para dependentes químicos

Graves denúncias revelam que suspeito prescrevia remédios controlados para pacientes

"Cláudio" é investigado pelas autoridades após várias denúncias

09/09/2020 10:09

O Conselho Regional de Medicina do Ceará (Cremec) recebeu uma grave denúncia da atuação de um falso profissional da área. O homem teria utilizado ilegalmente carimbos de uma médica e falsificado a assinatura dela para prescrever medicamentos de uso controlado a pacientes de uma clínica de recuperação de dependentes químicos. O fato ocorreu no Município do Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

O suspeito, que já é investigado também pela Polícia por outros delitos, foi identificado como Claudiomiro Nascimento Silva, 40 anos, conhecido por “Cláudio”.  Ele desapareceu após fechar a Clínica Terapêutica da Mulher Unidade Gotas, situada no bairro Precabura, no Eusébio. Ali teria tentado assassinar sua ex-sócia no negócio quando esta descobriu que “Cláudio” estava acumulando dívidas em uma má gestão administrativa e financeira.

Um documento que foi entregue ao CRM comprova a veracidade e gravidade da denúncia de atuação do falso médico. O manuscrito é datado de 14 de julho último, que foi protocolado no Conselho, sob o número 72241/2020, e assinado pela médica Arislene Maria Cordeiro Gondim de Paiva.  No documento ela pede providências legais à entidade:

“Venho solicitar a este Conselho uma atitude no sentido de investigar receituários prescritos, carimbados e assinados, utilizando meu nome e número do Conselho, sendo de autoria do senhor  Claudiomiro Nascimento da Silva. Solicito a este digno e honrado Conselho providências em relação à situação descrita”.

O caso poderá ser investigado também pela Polícia Civil, que, recentemente, prendeu um falso dentista em Fortaleza. No caso de “Cláudio” o fato é bem mais grave, pois se trata de crime contra a saúde pública, já que a prescrição de medicamentos de uso restrito ou “faixa preta”  somente pode ser feita por médicos especializados no tratamento de doenças adquiridas pela dependência química.

Ameaças também

No caso das agressões sofridas pela ex-sócia de Cláudio, o caso foi apurado pela Delegacia Metropolitana do Eusébio (DME) e já se encontra em tramitação no Fórum daquela comarca.  Vários Boletins de Ocorrência (B.Os) também foram registrados pelos ex-funcionários da clínica, diante de ameaças do falso médico.  Tais ameaças teriam sido dirigidas por “Cláudio” aos funcionários que lhe cobravam o pagamento de direitos trabalhistas.

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