O país soube pelo Fantástico o que a população do Ceará, Rio de Janeiro e Pará já sofre na pele há algum tempo: as facções criminosas estão em franco crescimento no comando de provedores de internet. A matéria foi ao ar no último domingo (13) e mostrou os perigos que isso pode representar para os usuários.

"Você vai poder estar recebendo vírus de computador, e vai poder ter suas comunicações interceptadas e ter suas informações roubadas, e vir a sofrer danos de toda ordem, de todo tipo de natureza", disse Carlos Alberto Costa, do Instituto Brasileiro de Segurança, Proteção e Privacidade de Dados.

Segundo as forças policiais, a internet oferecida por criminosos é altamente lucrativa. E hoje compete em importância com a venda de drogas.

Em tempo

Só no Ceará, segundo a matéria do Fantástico, foram 13 ataques em seis semanas, fazendo com que 15 provedores saíssem do mercado.

O processo de intimação das facções começou com os bandidos querendo taxar as empresas provedoras de internet, R$ 20 por cliente, para que os empreendimentos tivessem permissão para trabalhar em bairros e municípios cearenses.

Depois, os criminosos conseguiram equipamentos e passaram a atuar diretamente no mercado, dando ordens para que as empresas concorrentes não fizessem serviço em determinadas áreas, sob o risco de terem funcionários sequestrados, mercadorias roubadas e carros queimados.

Quando as ameaças e ações pontuais não surtem efeito, as facções partem para o ataque a sedes das empresas, destruindo os imóveis.

Em tempo II

A situação chegou ao ponto em que todos os moradores do município de Caridade, a 100 km de Fortaleza, ficaram sem internet. Ou seja, mais de 16 mil pessoas. Motivo: ataque à empresa que prestava o serviço de internet na cidade.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará afirmou ao Fantástico que prendeu 48 suspeitos de praticarem ataques a provedores em municípios cearenses.