Após investigação do Ministério Público do Ceará (MPCE), o juiz de Direito e titular da Vara Única de Pentecoste, Wallton Pereira de Souza Paiva, condenou nesta quinta-feira (11) o ex-prefeito de Apuiarés, Antônio Abdias Ferreira de Abreu, o empresário José Darlan Pereira Barreto, e a ex-servidora municipal Maria Joselene Castro Alves Leitão por fraude em licitação.

O ex-prefeito de Apuiarés, Antônio Abdias Ferreira de Abreu, foi condenado com a pena de reclusão de seis anos e um mês pelos crimes de corrupção passiva e ativa, além de fraude a licitação. O empresário, José Darlan Pereira Barreto, foi condenado a sete anos e nove meses de reclusão pelos crimes de corrupção ativa e fraude em licitação. A ex-servidora municipal, Maria Joselene Castro Alves Leitão, recebeu a pena mais branda: apenas seis meses de reclusão, mas que foi revertida para o pagamento de 20 cestas básicas para o Lar dos Idosos de Apuiarés. Todos irão cumprir a sentença em regime inicial semiaberto.

O MPCE informou que José Darlan, proprietário da empresa Patrol Engenharia e Serviços, foi preso em março de 2018, durante a Operação Malabares, deflagrada pela Promotoria de Justiça de Pentecoste, com o apoio da Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública (Procap). Em depoimento, o empresário relatou a existência de um esquema de corrupção na Prefeitura de Apuiarés.

Mediante as informações reveladas pelo empresário, o MPCE deu início a segunda fase da operação na qual investigou os crimes de falsificação de documento público, tráfico de influência, associação criminosa e corrupções ativa e passiva. O então prefeito do município, Abdias Ferreira, foi preso preventivamente e Maria Joselene, conhecida como “Lena”, foi afastada do cargo de assessora da Comissão de Licitação do Município. "Os réus tinham interesse em fraudar o processo de licitação antes mesmo de o pleito de 2016 ser definido, uma vez que restou constatado nas investigações que a Patrol já estava montando um esquema para ser contratada e realizar o serviço de limpeza urbana em Apuiarés, evidenciando o conluio entre a empresa e agentes públicos do município", explicou o promotor de Justiça, Jairo Pequeno Neto, que coordenou todas as fases da investigação.

Abdias voltou a ser preso em dezembro de 2018. Porém, desta vez, na Operação 10%, desencadeada contra o político para investigar cobrança de R$ 9.500 por mês feita pelo então prefeito ao empresário José Darlan para que continuasse prestando serviço de limpeza urbana em Apuiarés.

Abdias foi eleito como vice-prefeito de Apuiarés em 2016. Porém, assumiu a gestão durante o mandato.