Ex-PM membro de grupo de extermínio é morto a tiros em um bar em Fortaleza
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Ex-PM membro de grupo de extermínio é morto a tiros em um bar em Fortaleza

Condenado a 14 anos de prisão, ele matava por ordem de um contrabandista iraniano

ex-sargento PM Charles Libório foi morto, ontem, com vários tiros de pistola

10/06/2020 8:47

O ex-sargento da Polícia Militar do Ceará, Jean Charles da Silva Libório, acusado de envolvimento em vários assassinatos em Fortaleza, praticados por um grupo de extermínio, foi morto, a tiros, na tarde desta terça-feira (9), na Capital. Libório era condenado a 14 anos de prisão e estava em liberdade provisória com monitoramento da Justiça através de uma  tornozeleira eletrônica.  Policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investigam o caso.  

O crime ocorreu por volta de 17 horas, no momento em que o ex-PM se encontrava em um bar localizado na esquina das ruas São Manuel e Padre Arimatéia, na Vila Manuel Sátiro. Neste mesmo local, três militares da Reserva Remunerada da PM foram mortos em agosto de 2018, enquanto almoçavam.

De acordo com  as primeiras informações levantadas pela Polícia no local do crime, Libório foi atingido por vários tiros de pistolas disparados à custa distância por desconhecidos que chegaram ao local em um automóvel modelo Argos, branco. Os assassinos seriam da cidade de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

No momento do crime, o ex-PM estaria na companhia de um pistoleiro conhecido como Sílvio “Pé de Pato”, que também é acusado na Justiça de ter sido um dos integrantes do grupo de extermínio desarticulado pela Polícia Federal, em Fortaleza, através da  “Operação Canal Vermelho”, desencadeada em duas fases, entre setembro de 2010 e outubro de 2011.

Condenado com o iraniano

Charles Libório,  que era sargento destacado no Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), foi expulso da Corporação após ser condenado a 14 anos de prisão pelo assassinato do empresário Francisco Francélio Holanda Neto. O crime ocorreu na noite de 8 de julho de 2010, no cruzamento das ruas Padre Valdevino e João Cordeiro, na Aldeota.

Francélio entrou na lista das vítimas dos crimes de morte praticados pelo grupo de extermínio que tinha no seu comando o iraniano  Farhad Marvini, o “Tony”, um contrabandista de alto poder financeiro e que tentava dominar o mercado de celulares e acessórios em Fortaleza, ordenando a morte de seus concorrentes. Francélio era dono da loja “American Celular”, na Avenida Domingos Olímpio, e um dos concorrentes diretos de Marvizi.  

Um ano após o crime, em 2011, o sargento Libório foi expulso da PM.  Em 27 de maio de 2017, foi sentenciado a 14 anos de prisão pela Justiça local.

Mais crimes

De acordo com o MPCE, o grupo que agia sob ordens de Marvizi, e que tinha o ex-sargento da PM como um dos principais  membros, também é acusado de matar o casal Carlos José Medeiros Magalhães e Maria Elizabeth Almeida Bezerra, em agosto de 2010, por estarem colaborando para investigações alfandegárias da Polícia Federal (PF) contra o estrangeiro. A Receita Federal investigava a ação do iraniano no mercado de Fortaleza. O casal era ex-funcionário do iraniano.

Além disso, os criminosos teriam sido também responsáveis pela morte de um italiano chamado Mário Procópio, novamente por desavenças nos negócios com o iraniano. O crime ocorreu  em outubro de 2009. O corpo do italiano foi encontrado enterrado em uma cova rasa, em um sítio localizado na Estrada da Coluna, na Prainha, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). A morte foi ordenada por Farhad Marvizi.

O sargento Libório era acusado também de, a mando do iraniano, ter tentado matar o fiscal da Receita Federal no Ceará, José Jesus Ferreira, então chefe da fiscalização aduaneira no Porto do Mucuripe. Jesus  investigava o iraniano e aplicou-lhe uma multa milionária, além de determinar o confisco de um contêiner abarrotado de artigos eletrônicos e de celulares contrabandeado da Ásia e apreendido no Porto do Mucuripe.

 Farhad Marvizi cumpre pena no presídio federal de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Foi condenado a duas penas, de 20 anos e 11 anos de prisão, pela tentativa de homicídio contra o auditor fiscal e pelo crime de descaminho.

Em liberdade, Libório estaria trabalhando na venda de veículos, segundo apurou a Polícia.

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