O presidente Lula, ao receber Evandro Leitão para comemorar a vitória do único petista eleito numa capital este ano, sinalizou claramente que o tabuleiro eleitoral de 2026 está montado. Lula, se tiver saúde e sua popularidade estiver em alta, concorre ao Planalto para obter o seu quarto mandato, podendo permanecer 16 anos à frente dos destinos do Brasil. Agora, se as suas condições estiverem desfavoráveis para enfrentar um candidato da centro e da direita, Lula tem pronto o seu candidato a sua sucessão: o ministro da Educação, Camilo Santana. É verdade que a preferência no PT é do ministro Fernando Haddad, mas os resultados entregues por Camilo tem alavancado o seu nome para ter a missão de suceder Lula. Inteligente, o ministro Camilo já descartou ser candidato à presidência da República em dois anos. Confia numa nova candidatura e numa vitória consagradora de Lula. Se Camilo está muito bem posicionado, quem também deu a largada para ser o candidato de Lula e Camilo ao governo do Ceará, foi o governador Elmano de Freitas. Durante a festa feita para Evandro no Planalto, Lula brincou sobre a próxima eleição que ele promete participar: à reeleição de Elmano no Abolição. O governador Elmano não quer antecipar o processo eleitoral no Ceará. Mas, Lula e a direção nacional do PT admitem que nos estados do Nordeste, entre os três governadores petistas, é Elmano quem tem a melhor e mais confortável situação eleitoral. Elmano, junto com Camilo, tem o apoio hoje de mais de 170 prefeitos, incluindo Fortaleza. É um respaldo incontestável para o governador Elmano conquistar, no tempo certo, um novo mandato de quatro anos.

Cid Gomes desiste de ser candidato ao Abolição

O senador Cid Gomes está em intenso tratamento de saúde: tem fibrose pulmonar. Está proibido de fumar, e sua recuperação exige dele dedicação às normas médicas. Mesmo com todo esse rigor médico, Cid Gomes não tirou licença, permanece exercendo o seu mandato no Senado. E recebeu um presente: foi levado pelo ministro Camilo para a foto da vitória com Evandro, Elmano e o líder José Guimarães, no Planalto. A ida de Cid e Guimarães desagradou aos outros pré-candidatos a senador da base de Elmano: Eunício Oliveira, Chiquinho Feitosa, Júnior Mano e Zezinho Albuquerque. Para aumentar a insatisfação dessa turma que trabalha para ser candidato ao Senado, numa das duas vagas da chapa de Elmano, Cid Gomes levou para posar ao lado do presidente Lula, numa selfie, o seu segundo suplente, Júlio Ventura Neto. Antes da simbologia da foto com Lula, Elmano, Cid e Guimarães, como se fosse chapa completa do PT e aliados para 2026, o senador Cid Gomes jogou a toalha e declarou em várias reuniões, inclusive diante de Elmano, Camilo e os 60 prefeitos do PSB, que não é candidato a governador. Assumiu o compromisso de votar e reeleger Elmano. Sobre a sua nova candidatura ao Senado, Cid Gomes dizia que ia se aposentar. Pelo visto, essa aposentadoria vai ser adiada. É candidato sim, ao Senado Federal. E aproveitou a ida ao gabinete presidencial, para se recompor com Lula, tentando apagar a célebre frase: Lula tá preso, babaca.

Guimarães garante que não desiste do Senado

Convidado por Camilo e Elmano para fazer a foto da vitória de Evandro Leitão com o presidente Lula, o líder José Guimarães tem dito a seus aliados do PT, que com mesmo com dois anos de antecedência, está definida a chapa do governador Elmano a sua reeleição: ele e Cid Gomes serão os dois candidatos ao Senado Federal. Não há espaços nem para Eunício nem para Júnior Mano nem para Chiquinho Feitosa. Na avaliação de Guimarães, Elmano e Camilo ainda discutirão e resolverão quem será a candidata a vice-governador. Jade Romero, do MDB, não pode ser descartada, pois Elmano tem muita confiança nela. Entretanto, a vaga será de um partido aliado. Nesta segunda (04), José Guimarães disse que não há como abrir mão da sua candidatura ao Senado, em 2026. De forma categórica desabafou: “Só para Deus”, ressaltando que em nenhuma situação deixará de ser candidato. Alegou ainda que não cederá a oportunidade, como fez em 2022, para Camilo Santana concorrer ao Governo, e ele ficou de fora da chapa majoritária. Revelou que recuou de novo em 2018 para Cid Gomes ser candidato com o apoio do então governador Camilo. Agora, não há volta: “ vou para ser candidato, em qualquer situação”. Essa postura firme de candidato ao Senado, de Guimarães, também se respalda na sua desistência de disputar à presidência nacional do PT. Guimarães seria o candidato da atual presidente Gleise Hoffmann, mas o presidente Lula prefere lançar o prefeito de Araraquara, Edinho Silva.

Sucessão na Alece tem 05 candidatos do PT e PDT

A eleição do novo presidente da Assembleia Legislativa do Ceará deve ocorrer no próximo dia 06 de fevereiro. O Regimento Interno da Alece foi modificado. No segundo período legislativo do mandato de quatro dos deputados estaduais, a escolha do presidente acontece na primeira quinzena do mês de dezembro. Assim, diferente do que publicado na coluna passada, Fernando Santana não assumirá a presidência interinamente no mês de janeiro. O substituto de Evandro Leitão já estará eleito. Hoje, continuam cinco candidatos à vaga de Evandro Leitão: um petista, Fernando Santana, e quatro pedetistas- Osmar Baquit, Romeu Aldigueri, Guilherme Landim e Salmito Filho. Desses cinco nomes, um está fora do jogo eleitoral: Guilherme Landim, apoiado pelo senador Cid Gomes. O governador Elmano tem repetido sistematicamente que não apoiará um deputado estadual que não tenha votado nele em 2022. Guilherme Landim está fora. Dos quatro candidatos, Fernando é apoiado pelo ministro Camilo. Osmar Baquit tem a simpatia do prefeito eleito Evandro Leitão. Romeu Aldigueri é o líder do governo Elmano e Salmito Filho se transformou no candidato apoiado agora por Cid Gomes. Faltando um mês e um dia para a eleição, a escolha do novo presidente deve ser consensual, após uma reunião entre Elmano, Camilo e Evandro Leitão. Não deve haver confronto, apesar da oposição formada por 10 deputados - e liderada por Felipe Mota - estar ameaçando o lançamento de uma chapa, se o indicado pelo Abolição não respeitar o diálogo e o espaço oposicionista na Alece.

Projeto de votação secreta deve ser anulado

Polêmico, o projeto aprovado na Câmara do Crato, no dia 22, estabelecendo a votação secreta para a disputa pela nova Mesa Diretora, deve ser anulado. O projeto não cumpriu o rito, ao seguir para o plenário sem parecer assinado pelos três membros da Comissão de Constituição e Justiça da Casa. O presidente Florisval Coriolano, autor do projeto, não contava que dois dos três membros não assinassem o parecer. Florisval é apoiador do vereador Alex Saraiva, que disputa contra o candidato da maioria da base aliada, Matheus Leite (PDT). No confronto, Matheus teria o apoio de 11 vereadores contra oito de Alex. Florisval estaria contando com a votação secreta para virar o jogo e fazer o novo presidente da Casa. Nos últimos dias, Florisval estaria aumentando o número de assessores para os vereadores e os valores dos salários para esses cargos. Contudo, nem assim, está fácil para o presidente Florisval emplacar a candidatura de Alex Saraiva, contra o candidato do prefeito André Barreto, Matheus Leite.

Yury decidiu trocar Juazeiro pelo Crato

A disputa pela presidência da Câmara do Crato está tendo um ingrediente a mais: o apoio do deputado federal Yury do Paredão para o vereador Alex Saraiva. Essa definição para o apoio vem do empresário Marcio Bilhar, muito próximo politicamente do deputado. Em Juazeiro do Norte, Yury acabou sendo engolido pela articulação do vereador Felipe Vasques, que hoje está bem tranqüilo, em relação à briga pela presidência da Câmara juazeirense. Felipe já teria 13 dos 21 vereadores, dentro do seu projeto de comandar a Casa, a partir de janeiro de 2025. Esse favoritismo de Felipe Vasques estimulou Yury a se dedicar ao Crato, mesmo ciente da dificuldade em vencer o candidato da base aliada no Município. Yury está vendo a possibilidade de se aproximar de um bom número de vereadores, o que está cada vez mais difícil em Juazeiro, onde até agora, apenas Capitão Vieira Neto declarou voto para Yury em 2026. Capitão tenta reunir os dois votos do seu partido, o MDB, e os três do PT para iniciar uma articulação, mas essa tarefa tem esbarrado em negativas. Como não é de desistir, Yury investe nas eleições do Crato e estimula a candidatura de Capitão Vieira, contando com o respaldo do Abolição, com que mantém uma excelente aliança.