O deputado estadual Felipe Mota (União Brasil) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), nesta quinta-feira (24), para denunciar ameaças de facções criminosas às autoridades públicas do Estado, incluindo membros do Poder Judiciário. A manifestação ocorreu após o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), desembargador Raimundo Nonato Silva Santos, relatar um episódio que está sendo investigado como possível tentativa de assassinato contra magistrados da Corte.

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O caso ocorreu no último dia 8 de abril, quando um homem armado tentou entrar no prédio do TRE-CE, em Fortaleza, durante o julgamento sobre a liberdade do prefeito afastado de Santa Quitéria, Braguinha (PSB). O suspeito, identificado como Davi Gomes Ávila Mendes — guarda municipal de Sobral e ex-secretário de segurança de Santa Quitéria — portava uma pistola calibre 9mm com 13 munições. A segurança do Tribunal interceptou o agente antes que ele acessasse as áreas internas do edifício.

Para o deputado Felipe Mota, o episódio demonstra um avanço preocupante do crime organizado sobre as instituições públicas. "Independentemente do que esteja acontecendo nesse instante com a segurança pública, a afronta aos poderes constituídos já está vindo com uma força maior. E eu tenho dito aqui nessa tribuna, várias vezes eu tenho dito que o narco-estado, que está acontecendo com o Brasil, estará atingindo os poderes constituídos", disse.

Durante o discurso, ele destacou, ainda, que esse tipo de ameaça precisa ser enfrentado com mais firmeza pelo Estado. O parlamentar relembrou ainda outros episódios de intimidação, incluindo a presença de um carro-bomba em frente à Alece em anos anteriores, como indício da escalada da violência e da tentativa de coação contra os poderes constituídos.

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O parlamentar alertou para o que chamou de estrutura típica de "narco-estado”, que, segundo ele, começa com o tráfico em comunidades, evolui para o ataque a agentes de segurança e, posteriormente, avança sobre o sistema político e o Judiciário. Felipe Mota defendeu medidas mais duras contra as facções e cobrou a união entre governos Federal e estaduais para combater o avanço dessas organizações criminosas.

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