Danilo Forte reage a resistência do Planalto em aprovar PL que equipara facções ao terrorismo

A fala ocorreu após o presidente Lula se referir à operação no RJ como "matança"

(Foto: Bruno Spada/Governo do Ceará)

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06/11/2025 12:21

O deputado federal Danilo Forte (União Brasil) reagiu à postura do Governo Federal em relação ao projeto de lei de sua autoria que enquadra facções criminosas e milícias como organizações terroristas. Em entrevista ao programa Ponto de Vista, da Veja, o parlamentar afirmou que o país enfrenta uma "guerra silenciosa" e acredita que o Palácio do Planalto está agindo com lentidão diante do avanço do crime organizado.

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A fala ocorreu após o presidente Lula se referir à operação policial no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos, como "matança". Para Danilo Forte, o termo foi mal utilizado. "Matança é o que acontece todos os dias no Brasil, quando o crime organizado executa trabalhadores e empresários porque eles se negam a pagar extorsão", disse.

O deputado defendeu a aprovação do projeto e alegou que o Estado tem falhado em conter o poder de facções. "O Brasil mata mais na violência e no crime organizado do que muitas guerras pelo mundo. Só no Ceará, foram mais de 4 mil assassinatos no ano passado. Isso é que é matança", afirmou.

Danilo Forte também disse que o crime já influencia decisões políticas, especialmente no Nordeste. "No Ceará, já é uma realidade. Mais de trinta prefeitos eleitos têm algum tipo de vínculo com o crime organizado, segundo relatórios da Polícia Federal. Esses grupos já estão dentro do sistema, decidindo leis e, daqui a pouco, anistiando o crime", declarou.

Segundo ele, o projeto de lei em tramitação na Câmara busca impedir a continuidade dessa expansão. "A lei precisa garantir que a polícia prenda e a Justiça não solte. O que estamos propondo é uma tipificação que permita ao Estado agir com o mesmo rigor que outros países utilizam contra o terrorismo", afirmou.

O deputado relatou ainda situações que, em sua avaliação, ilustram a fragilidade do Estado. "Aqui no Ceará, o crime organizado toma casas de famílias em conjuntos habitacionais. E, em vez de a polícia prender os criminosos, acaba ajudando na mudança das famílias de bem. O patrimônio de quem trabalhou a vida toda está sendo entregue a bandidos", disse.

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Para o parlamentar, o país precisa abandonar disputas ideológicas e adotar medidas práticas. "Não adianta esconder o problema ou tratá-lo com leniência. O clima de guerra já está instalado. Agora, precisamos vencê-la — com leis fortes, coragem política e apoio da sociedade", concluiu.

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