A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) revelou, durante coletiva de imprensa sobre a operação interestadual "Inter Civitatis", que a facção criminosa Comando Vermelho (CV) estaria construindo uma nova rota de tráfico de drogas com a utilização de transportadoras com sede no Paraná e conexões no Ceará. Os entorpecentes teriam como destino principal os municípios de Fortaleza e Caucaia, na Região Metropolitana (RMF).

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A apuração teve início em 2023, após a prisão de um casal no Cumbuco, em Caucaia, em posse de drogas sintéticas, como LSD, comprimidos diversos, medicamentos de uso veterinário e maconha adulterada. A partir desta ocorrência, a polícia identificou o fornecedor dos entorpecentes em Fortaleza: Lucas Levy Fontenele Rodrigues, de 31 anos, detido em dezembro do mesmo ano.

Lucas Levy é apontado como integrante da facção e um dos responsáveis pela coordenação do tráfico local. Após análise no celular do suspeito, os agentes descobriram movimentações financeiras com os estados de Santa Catarina e Paraná, sugerindo um esquema interestadual de tráfico.

As investigações da PCCE apontam que a localização geográfica dos estados envolvidos leva à suspeita de que a droga tenha origem no Paraguai, país reconhecido como um dos principais produtores de maconha e fornecedor de armas para grupos criminosos sul-americanos. A carga ilícita seria então encaminhada ao Ceará e a outros estados do Nordeste por meio de caminhões das transportadoras investigadas, enquanto o dinheiro proveniente da venda retornaria ao Sul para ser lavado.

Entre os principais alvos da operação estão dois empresários do ramo de transporte com atuação em Guaíra (PR), região próxima à fronteira com o Paraguai. As autoridades acreditam que os entorpecentes chegam ao território cearense por via terrestre.

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Em outubro de 2024, três homens naturais de Guaíra foram presos em flagrante em Caucaia com mais de duas toneladas de maconha armazenadas em um galpão. O local funcionaria como ponto de distribuição para o varejo de drogas no Estado. Os detidos mantinham relação comercial com Lucas Levy, reforçando os indícios da rota estruturada pelo CV.

As apurações continuam em curso, e novas diligências estão previstas.