As famílias beneficiadas com novas residências do projeto “Minha Casa, Minha Vida”, no bairro Bom Jardim, na zona Sul de Fortaleza, já estão ameaçadas de expulsão de seus novos imóveis pelas facções criminosas que atuam naquela comunidade. O sentimento dos moradores é de medo diante do que possa acontecer ali, a exemplo do que já aconteceu em outros residências do mesmo programa social na Capital. A guerra entre duas facções criminosas no Bom Jardim se alastra e já deixou, nas últimas 72 horas, três pessoas mortas, entre elas, um menino de apenas 6 anos de idade. Nesta sexta-feira (27), o governador do Estado, Camilo Santana (PT), decidiu não participar da solenidade de entrega das novas unidades residências. A notícia de que ele estaria temeroso diante do clima de violência no bairro foi afastada por sua assessoria. Conforme o Palácio da Abolição, o gestor cancelou sua presença no local (e o evento) como forma de respeito à família da criança morta em meio a um tiroteio de bandidos com policiais militares. Expulsão A invasão das facções criminosas Guardiões do Estado (GDE), Comando Vermelho (CV), Primeiro Comando da Capital (PCC) e Família do Norte (FDN) em território cearense tem devastado, principalmente, comunidades da periferia de Fortaleza. Famílias estão sendo expulsas diariamente de suas casas e apartamentos, mesmo nos novos residenciais do programa “Minha Casa, Minha Vida”. Isso já aconteceu em bairros como Barroso II, São Miguel (em Messejana), Genibaú, Passaré, Jangurussu e, recentemente, nos conjuntos residenciais Cidade Jardim, no Conjunto Prefeito José Walter; e Novo Barroso, conhecido como “Babilônia". As ameaças de traficantes ligados às facções se proliferam pela periferia de Fortaleza e atinge também municípios da Região Metropolitana. Muitas famílias se vêem obrigadas a sair  de imóveis que compraram e pagaram durante muito tempo, ou de casas e apartamentos dos quais foram contemplados em programas sociais do governo. Quem não sair, corre o risco de ser morto pelos bandos criminosos.