Vegetação seca, ventos intensos, umidade relativa do ar baixa e temperatura alta. A combinação marca o segundo semestre no Ceará, período em que o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) costuma atender boa parte dos casos de incêndio em vegetação. Entre julho e dezembro do ano passado, a corporação atendeu 5.308 ocorrências no Estado, conforme dados extraídos pela Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp).

Em Quixadá, região conhecida pelos monólitos e cobertura vegetal, a corporação dispõe do 1º Batalhão de Combate a Incêndio Florestal (BCIF) para auxiliar na preservação do meio ambiente.

“Com a redução das chuvas no segundo semestre, a vegetação seca de forma mais rápida e precoce. E muitos usam a queimada para fazer a limpeza dos terrenos. Ao fazer esse procedimento, o fogo se espalha e causa incêndios. Ou seja, a pessoa perde o controle daquela limpeza que iria fazer”, diz o tenente subcomandante do 1º BCIF do CBMCE, Régis Leite

O subcomandante lembra que as ocorrências de incêndio em vegetação acontecem em locais mais secos, como a região em que o 1º BCIF está instalado. Para as ações preventivas e de combate ao fogo, 28 militares atuam na unidade especializada. “A nossa guarnição dispõe de uma viatura ABTS (Auto Bomba Tanque Salvamento), que é acionada para incêndios e resgates. Além dela, contamos com uma pick-up, a SP24, onde colocamos uma motobomba na parte traseira e utilizamos ela para fazer o combate aos incêndios florestais. Principalmente nas regiões mais distantes, com acesso mais difícil, devido ao chão de terra batida, por exemplo, onde o nosso outro veículo teria mais dificuldade. Isso facilita o atendimento à ocorrência”, explica o tenente Régis Leite.

O militar destaca que os bombeiros militares estão sempre disponíveis, sendo acionados via 193 ou 190, atendendo em Quixadá e cidades vizinhas. Caso seja necessário prestar apoio a outros pontos da região, a guarnição consegue se deslocar para o suporte. Entretanto, o subcomandante destaca que a prevenção pode fazer a diferença, sobretudo, para a preservação do meio ambiente.

“Deve-se evitar a limpeza do terreno com fogo. Esse é o principal causador do incêndio florestal. Tem gente que também coloca fogo no lixo para ele desaparecer, mas os ventos podem fazer as chamas se espalharem pela vegetação que está no entorno, tirando o controle da situação. Outra dica é para quem gosta de acampar. Se fizerem fogueira, limpem o redor para evitar que fagulhas possam atingir a mata. Se o grupo que estiver no local precisar se ausentar, uma pessoa deve ficar no local, fiscalizando. Se todos forem embora, joguem areia ou água para evitar danos à natureza”, detalha o tenente subcomandante do 1º BCIF do CBMCE, Régis Leite.

Em casos de incêndio, o CBMCE orienta que, além de chamar a corporação, caso seja possível, as pessoas façam aceiros para reduzir a propagação do fogo. A prática consiste em arrancar plantas em um ponto próximo ao local das chamas, evitando o alastramento.