Ciro mente descaradamente ao utilizar dados falsos em discursos para parecer culto
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Ciro mente descaradamente ao utilizar dados falsos em discursos para parecer culto

Reportagem mostra a distância entre o discurso do pedetista e a realidade da economia brasileira e mundial

Ciro Gomes

14/03/2018 16:47

O presidenciável Ciro Gomes (PDT) mal lançou sua pré-candidatura à presidência e a imprensa nacional já revela os erros de seu discurso econômico. Uma reportagem da Piauí apontou três erros do pedetista somente sobre economia. Confira: “Não por acaso, a Alemanha tem o maior custo [do trabalho] por hora trabalhada do mundo e a economia mais competitiva do planeta Terra”, Ciro Gomes, pré-candidato à presidência da República, em entrevista ao Poder360, 8 de março de 2018. Falso - O custo por hora trabalhada na Alemanha (33 euros) é inferior ao de vários países europeus. De acordo com o Eurostat, Gabinete de Estatísticas oficiais da União Europeia, a Noruega fica em primeiro no ranking regional, com um custo de 50,2 euros por hora trabalhada. Depois vêm a Dinamarca (42 euros) e a Bélgica (39,2 euros). A Alemanha, citada por Ciro, aparece em oitavo. Além disso, segundo o Fórum Econômico Mundial, o país tem a quinta economia mais competitiva do planeta. A liderança fica com Cingapura. Para o Centro Mundial de Competitividade, ligado ao International Institute for Management Development (IMD), atualmente classifica a economia alemã como a 13ª mais competitiva do mundo. Para eles, a número um é Hong Kong. Procurado, Ciro não respondeu. “Chegamos ao cúmulo de, em janeiro agora, a quantidade de brasileiros na informalidade (…) ser maior que o setor formalizado de trabalho”, Ciro Gomes, pré-candidato à presidência da República, em entrevista ao Poder360, 8 de março de 2018. Ainda é cedo - Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnadc/T), do IBGE, o Brasil tem 44,2 milhões de empregados formalizados e 43,5 milhões de empregados informais, autônomos ou auxiliares familiares. Esses dados, no entanto, se referem ao último trimestre de 2017 – anterior à data citada por Ciro. Vale destacar que a série histórica sobre esse assunto mostra que, desde o primeiro trimestre do ano passado, o país observa um crescimento significativo no número de trabalhadores informais e uma estagnação no total de formalizados. Isso faz com que a proporção de empregados informais frente ao total de trabalhadores ocupados esteja agora no ponto mais alto desde 2012. A melhor forma de analisar o número de trabalhadores formais no Brasil utilizando dados do IBGE é pela Pnadc/T. Nela, a força de trabalho é dividida em dez categorias: empregadores, empregados do setor privado (com e sem carteira assinada), empregados do setor público (efetivos, com e sem carteira assinada), trabalhadores por conta própria, trabalhadores domésticos (com e sem carteira assinada) e trabalhadores auxiliares familiares. De acordo com os números da última Pnadc/T, 44,2 milhões de brasileiros são empregados com carteira assinada, considerando o setor público, o setor privado e os trabalhadores domésticos. Nessas três categorias, são 18,1 milhões de trabalhadores sem carteira assinada. Além disso, há 23,2 milhões de pessoas trabalhando por conta própria e 2,2 milhões de trabalhadores familiares auxiliares. Se somadas essas três categorias, chegamos a 43,5 milhões de pessoas cujo trabalho não é formalizado — ligeiramente abaixo dos 44,2 milhões de formais. A pesquisa é referente ao quarto trimestre de 2017. Desde o início da série histórica da atual metodologia, no primeiro trimestre de 2012, a relação entre informais e formais está no seu ponto mais alto. No segundo trimestre de 2014, o número de informais era equivalente a 84,2% ao número de formais. Hoje, essa razão está em 98,5%. Isso ocorre porque, enquanto o número de empregos formais está estagnado desde o primeiro trimestre de 2017 (após 11 trimestres de queda), enquanto o número de trabalhos informais cresce. Há, ainda, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Mensal (Pnadc/M), cujos dados referentes a janeiro (tecnicamente, ao trimestre novembro, dezembro e janeiro) já estão disponíveis. Entretanto, as categorias utilizadas nesta pesquisa são menos pormenorizadas, logo, o cálculo é menos preciso. Considerando somente os trabalhadores do setor privado, formais e informais, os trabalhadores por conta-própria, e os trabalhadores familiares auxiliares, é possível dizer que o número de informais ultrapassou o número de formais no trimestre móvel de novembro, dezembro e janeiro de 2015/2016. Entretanto, é preciso frisar que esse número desconsidera tanto o setor público quanto os trabalhadores domésticos. Procurado, Ciro não respondeu. “[O governo] Deu uma isenção fiscal, em momento de gravíssima crise no Brasil, de R$ 1 trilhão nos 20 anos próximos [às petrolíferas]”, Ciro Gomes, pré-candidato à presidência da República, em entrevista ao Poder360, 8 de março de 2018. Verdadeiro, mas... - A Medida Provisória 795, convertida na lei 13.586/2017, foi apresentada pelo governo Temer em agosto, e isenta ou reduz a cobrança de vários impostos sobre a aquisição de equipamentos para a exploração de petróleo para empresas petrolíferas. Inicialmente, o prazo era de cinco anos, mas ele foi estendido para 22 anos durante a votação na Câmara. Uma nota técnica da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados, de fato, estimou que a medida poderia refletir uma perda de arrecadação de até R$ 1 trilhão ao longo desses 22 anos. O estudo recomendava a rejeição da proposta — o que não ocorreu. Entretanto, esse não é o único estudo sobre o assunto. Outra nota técnica da mesma consultoria legislativa diz que “o cálculo de perda tributária apresentado no estudo em referência é uma simplificação grosseira”, e diz que o projeto pode levar a um crescimento das receitas do governo com petróleo.

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