O administrador Vladson Chaves, acompanhado de sua esposa e uma amiga durante sua estadia em Israel, compartilhou seu temor diante dos mísseis lançados pelo grupo extremista islâmico Hamas. Ele está atualmente tentando voltar ao Brasil, mas está enfrentando uma série de desafios.

No último sábado, enquanto se aproximavam de Jerusalém, foram pegos de surpresa pelos mísseis disparados pelo Hamas. Vladson relatou também o momento em que ouviu a sirene ecoando no ar e viu os mísseis sendo lançados, alguns deles interceptados graças às ações preventivas do governo de Israel.

Já a jornalista cearense Suyane Lima, que está estudando em Israel desde setembro, compartilhou suas dificuldades ao tentar retornar à sua residência em Jerusalém. Ela estava em um local distante participando de celebrações religiosas e relata que suas amigas, que permaneceram na capital israelense, estão se abrigando em bunkers para se protegerem de ataques.

O movimento islâmico palestino Hamas continua atacando o estado nação de Israel desde o último sábado (7). Os terroristas têm castigado a população por "ar, mar e terra", a partir da Faixa de Gaza e realizado uma série de incursões em território israelense sequestrando soldados e até civis. Até o momento os bombardeios já deixaram mais de 900 mortos, o número só cresce.

Suyane, que segue o judaísmo, não estava em Jerusalém quando os ataques do Hamas começaram, por volta das 6h30 de sábado. Ela tinha ido passar o fim de semana em Har Brakha, um assentamento situado na cordilheira sul do Monte Gerizim, a aproximadamente 65 quilômetros da capital israelense.

"Basicamente seria uma cidade mais afastada do centro. Então aqui está bem mais leve, digamos assim, do que em outros (locais) porque aqui não é alvo. A cidade onde eu estou fica no meio de várias cidades da Palestina, de várias cidades árabes. Então aqui eles geralmente não atacam, não tem tanto esse perigo quanto em Tel Aviv ou Jerusalém, que é onde eu moro", explicou Suyane.

No inínicio da noite de sábado o exército israelita comunicou que estava em combate em 22 locais do país contra centenas de infiltrados que já estavam no país. O cenário de guerra foi oficializado quando o primeiro ministro Benjamin Netanyahu declarou conflito armado e ordenou "uma ampla mobilização" de militares reservistas.

"O inimigo pagará um preço sem precedentes", prometeu o líder em um vídeo.

No mesmo vídeo, Netanyahu confirma que o ataque é protagonizado por integrantes o grupo extremista Hamas, controlador da Faixa de Gaza desde 2007.

Repatriação

Em resposta à situação vivenciada por brasileiros no cenário de guerra, o Itamaraty já informou que o Comando da Aeronaútica tem seis aviões destinados à operação de resgate dos cidadãos em Israel.

Segundo o tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno, a primeira decolagem deve ser feita nesta segunda ou terça (10), dependendo da resposta do Ministério das Relações Exteriores.

Contexto

No coração do Oriente Médio, Israel se destaca como um pequeno, porém complexo território situado na costa sudeste do Mar Mediterrâneo. Sua população diversificada, composta por judeus, árabes e outros grupos étnicos, coexiste em uma área geográfica menor que muitos municípios cearenses, de extrema relevância histórica para ambas as crenças. O conflito, profundamente enraizado, teve início devido às tensões históricas e reivindicações territoriais entre israelenses e palestinos.

A disputa pela soberania sobre áreas específicas, como Jerusalém, tem alimentado décadas de hostilidades. Compreender essa intricada trama é fundamental para decifrar tais questões.