Ceará entra em uma “fase acelerada e descontrolada” da epidemia, diz Ministério

A informação consta do novo boletim epidemiológico que será divulgado neste sábado

04/04/20 12:13

Passados 37 dias desde a confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil, a transmissão do país está, ainda, na fase inicial, mas a alta incidência de casos em quatro estados, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Amazonas, e no Distrito Federal, já indica uma transição para a fase de aceleração descontrolada nesses locais.

A avaliação consta de novo boletim epidemiológico sobre a doença, elaborado pelo Ministério da Saúde neste sábado (4). No documento, a pasta faz uma revisão da trajetória do vírus e reconhece “gargalos” diante de uma possível fase aguda da epidemia, como a falta de testes e leitos suficientes.

Em pouco mais de um mês, o Brasil já soma 9.056 casos do novo coronavírus, com 359 mortes.

Para fazer a análise, o documento aponta quatro fases para a epidemia: localizada, aceleração descontrolada, desaceleração e controle.

A avaliação da pasta é que para São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Amazonas e no Distrito Federal a taxa de incidência fica acima da nacional, de 4,3 casos por 100 mil habitantes. No Distrito federal, já e quase o triplo: 13,2 casos a cada 100 mil habitantes.

Descontrole

Para o Ministério, a alta incidência da doença demonstra que “nestes locais, a fase da epidemia pode estar na transição para a fase de aceleração descontrolada”, apontada como muito preocupante.

Por isso, a pasta reforça a recomendação para que os estados mantenham medidas de distanciamento social. “Esse evento representa um risco significativo para a saúde pública, ainda que a magnitude (número de casos), não seja elevada do mesmo modo em todos os municípios”, aponta o ministério, que avalia o risco nacional como muito alto.

Um dos principais motivos é a falta de estrutura da rede de Saúde. Segundo o documento, a rede atual de laboratórios é capaz de processar 6.700 testes por dia. No momento mais crítico de emergência, porém, serão necessários de 30 a 50 mil testes diários.

Os leitos de UTI e internação também não estão ainda “devidamente estruturados e em número suficiente para a fase mais aguda da epidemia”, diz a pasta, que aponta, “um elevado risco para o SUS”.

Com informações da Folha de São Paulo

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