Campo de concentração de Crato poderá ser tombado

Burity era o maior deles e chegou a aprisionar 60 mil pessoas em janeiro de 1933

16/07/19 5:55

Até poucos anos atrás, havia dúvida sobre o nome de um bairro de Crato: Muriti ou Burity? A definição oficial, Muriti, é derivada da nomenclatura dada ao campo de concentração instalado em Crato, no início do século.

Em 1932, sertanejos cearenses buscavam amparo em Fortaleza, diante da
seca que assolava o Ceará. Na tentativa de manter os ricos da capital distantes dos “flagelados da seca”, o Estado criou sete campos de concentração no Ceará, localizados em Crato, Senador Pompeu, São Mateus,
Ipu, Quixeramobim e dois em Fortaleza.

O Burity, em Crato, era o maior deles e chegou a aprisionar 60 mil pessoas em janeiro de 1933. “Dali não podiam sair sem autorização dos
inspetores do Campo. Ali ficaram ‘encurralados’ milhares de retirantes a morrer de fome e doenças”, retrata a historiadora Klênia Rios.

A 6ª Promotoria de Justiça do Ministério Público do Ceará, em Crato, analisa
a possibilidade de tombar o campo de concentração cratense, localizado às margens da Avenida Padre Cícero, na antiga via que interligava Crato e Juazeiro do Norte.

Iniciativa semelhante foi feita em Senador Pompeu. O campo de concentração de Patú, naquela cidade, será tombado este ano, após iniciativa do MPCE, que celebrou um Termo de Ajustamento de Conduta com a prefeitura local.

Com o tombamento, o espaço seria protegido por meio de uma legislação específica.

Leia a reportagem completa na edição desta semana do Jornal do Cariri.

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