Campanha eleitoral no Ceará começou com antecedência e disputas pelo Senado - Cn7 - Sem medo da notícia

Campanha eleitoral no Ceará começou com antecedência e disputas pelo Senado

Coluna Rebate

Campanha eleitoral no Ceará começou com antecedência e disputas pelo Senado

18/02/2025 9:42

Está deflagrado um duelo entre o ministro Camilo Santana e o senador Cid Gomes. Há duas semanas, Cid lançou a candidatura do deputado federal Júnior Mano para o Senado. Já no sábado (15), foi a vez de Camilo comparecer ao aniversário de José Guimarães e, no mesmo modelo, antecipar a corrida eleitoral e definir o 2º candidato ao Senado, na chapa do governador Elmano de Freitas. O 1º nome, lá atrás, Camilo declarou apoio publicamente à reeleição de Cid Gomes. Ocorre que Cid Gomes vem dizendo não ser candidato a nada em 2026. Numa conversa reservada com Elmano e Camilo, pediu a vaga de vice-governador para seu irmão Ivo Gomes. Ambos consentiram. Assim, Camilo não compreendeu o movimento de Cid Gomes de, na festa de filiação dos deputados, com a presença do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, anunciar apoio à candidatura de Júnior Mano senador. A base aliada de Elmano ficou confusa com os gestos de Cid Gomes. Para complicar ainda mais, Júnior Mano usou a sua força política e estimulou que 15 prefeitos de diferentes regiões do Ceará declarassem o voto a ele para o Senado e sinalizassem que estão com Cid Gomes para o Governo do Ceará. Para crescer a crise política, a oposição se reúne nesta terça (18), na Alece, para definir a montagem de um palanque único contra o PT no Estado. As eleições no Ceará começaram cedo.

Cresce cotação de Camilo para presidente

O ministro da Educação, Camilo Santana, tem sido levado a tiracolo pelo presidente Lula, por todas agendas, nos mais variados estados brasileiros. Cotado em todas as conversas de políticos no Congresso Nacional, ou no próprio Planalto, como o plano B de Lula para sucedê-lo, Camilo é leal e cuidadoso com o presidente da República: “ Meu candidato para presidente se chama Lula para reeleição ao quarto mandato. Vou falar do fundo do coração: nunca esperei chegar aonde cheguei.” Mesmo com a queda na popularidade de Lula, o ministro Camilo diz “duvidar que o presidente perca sua dianteira no Nordeste.” Contudo, o ministro da Educação avalia que “o governo Lula precisará remar mais para colher bons resultados na próxima eleição”. Apontado como possível sucessor de Lula, que não decidiu se será candidato em 2026, ou quem será o seu sucessor, o ministro Camilo nem estica essa conversa: “ Repito, meu nome é Lula.” E não abre brecha para se discutir a sua candidatura. Camilo conhece Lula e os trâmites internos dentro do PT. Porém, esse mesmo Camilo está ciente que o seu nome, hoje, está em alta junto a Lula e ao próprio PT, devido aos desgastes do ministro Fernando Haddad. E a queda de popularidade de Lula. Mas, para ser o candidato, Camilo só tem um jeito: jogar parado, para não virar alvo de ataques tanto do Centrão, quanto do fogo amigo petista.

Pé-de-Meia consegue ser a marca do Lula 3

Cauteloso, o ministro Camilo se repete, ao declarar que “meu candidato para presidente do Brasil se chama Lula, que irá para reeleição ao seu quarto mandato”. Essa postura é o retrato da prudência, já que Camilo sabe internamente que é a melhor opção do presidente Lula, se o Presidente desistir da sua reeleição. Diante do sucesso estrondoso do programa Pé-de-Meia, a única marca do governo Lula 3, Camilo é a única opção viável do PT e de Lula, se quiser ganhar às eleições no ano que vem. E essa chance de Camilo concorrer ao Planalto em 2026 gerou um efeito imediato: o ministro da Educação está virando o alvo predileto da oposição no Congresso. Não é à toa, o Pé-de-Meia é uma das principais apostas do presidente Lula para o seu terceiro mandato. Esse programa concede bolsas a estudantes do ensino médio. O êxito dele provocou até uma briga pela paternidade dentro do governo Lula, com os ministros Simone Tebet (Planejamento) e Fernando Haddad (Fazenda), reivindicando participação. Camilo fugiu da confusão: “Não tenho problema com quem é pai ou mãe do programa. O importante é que Pé-de-Meia aconteceu”, tergiversou Camilo. E completou: “o nome desse programa, porém, veio do MEC, com a contribuição de um amigo. “Para quem não sabe, quem batizou o Pé-de-Meia foi o secretário da Casa Civil, Chagas Vieira.

Novo regimento quer moralizar a Câmara

O novo Regimento Interno da Câmara de Juazeiro do Norte, aprovado na sessão de terça-feira (11), promete moralizar a maior Casa Legislativa do Cariri. As mudanças são significativas. Os vereadores decidiram por novos ritos, mudanças nos horários de sessão, diminuição do quórum qualificado e estabelecimento de punição aos faltosos sem justificativas. Para os vereadores que dão cara nova ao parlamento juazeirense, os colegas mais antigos na Casa citaram a existência de vários regimentos na Casa ao mesmo tempo. O documento não era atualizado há 20 anos. A partir de agora, os vereadores que faltarem às sessões e reuniões de comissão, injustificadamente, terão um desconto de 3,3% no salário e essa foi a principal proposta do novo documento. O novo quórum necessário para a abertura das sessões passou a ser de ‘um terço’ ou sete vereadores. O documento que passou a reger a Casa, a partir da sessão de quinta-feira (14), é uma vitória pessoal do presidente Felipe Vasques (Agir).

Acordos de Aloísio Brasil sacodem o Crato

O ex-candidato a prefeito do Crato, Aloisio Brasil (União), principal nome da oposição cratense, ameaça não disputar às eleições de 2026. Sua candidatura a deputado estadual era uma certeza na direção estadual do União Brasil. A desistência de Aloísio estaria relacionada a um compromisso feito com o ex-prefeito Samuel Araripe, para votar em Davi França na disputa para a Alece. A revelação mexe até com a base aliada, que creditava o voto de Samuel Araripe ao prefeito André Barreto. Samuel Araripe não teria honrado o acordo firmado com o prefeito Zé Ailton Brasil e o deputado Fernando Santana. Filiado ao PSB, Davi França acreditava numa indicação para vice de André, o que não veio e teria causado muita insatisfação. O grupo de Aloísio Brasil é contra o apoio ao nome de Davi França e defende uma candidatura dele para deputado estadual. Mas, a bomba pode ser ainda maior: Aloísio Brasil surpreende, com o vazamento da informação que está fechado com a reeleição de Yury do Paredão para a Câmara Federal. Essa nova aliança entre Yury e Aloísio coloca em xeque a relação de Yury com o ministro Camilo Santana (PT) e o governador Elmano de Freitas (PT), que tinham nele um aliado fiel. O Abolição quer saber a quem Yury apoiou para prefeito do Crato, no ano passado.

Arnon espera por Cid para definir futuro

O ex-deputado federal e ex-prefeito de Juazeiro do Norte, Arnon Bezerra (PDT), espera por uma orientação do senador Cid Gomes para resolver o seu futuro nas eleições de 2026. Arnon tem o compromisso de Cid, de que assumirá uma cadeira na Câmara dos Deputados, com a licença de parlamentares do PDT. Cid ficou de fazer a articulação para fortalecer Arnon na disputa de 2026. Caso cumpra essa promessa, Cid deve indicar onde Arnon se filiará. Os caminhos de Arnon devem ser a permanência no PDT, se filiar ao PSB ou Podemos, partidos sob o comando de Cid. E o MDB, apesar de Arnon ter conversado na última semana com o governador Helder Barbalho - hoje o homem forte do partido - , não está entre as suas opções, mesmo com o partido fazendo parte da base aliada. A articulação de Eunício Oliveira e Yury do Paredão esbarra na necessidade de obter uma legenda com mais de 120 mil votos, além da sua fidelidade a Cid. Arnon sabe que não pode se dar ao luxo de ficar fora da lista dos eleitos no ano que vem. Em 2022, ele teve pouco mais de 37 mil votos, o pior resultado eleitoral da sua história política.

Publicidade
sesc

LINKS PATROCINADOS