Camilo revela não ter sido favorável à candidatura de Fernando em Juazeiro - Cn7 - Sem medo da notícia
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Camilo revela não ter sido favorável à candidatura de Fernando em Juazeiro

Coluna Rebate

22/10/2024 9:45

O ministro Camilo Santana concedeu uma entrevista, na semana passada, ao podcast As Cunhãs, em Fortaleza, onde fez uma ampla abordagem sobre a reeleição do prefeito Glêdson Bezerra, em Juazeiro do Norte. A declaração que mais chamou a atenção foi a revelação que ele era contrário à candidatura de Fernando Santana a prefeito. Até então, era verdade absoluta no Cariri, a informação que Fernando só seria candidato por vontade de Camilo. Mas, veja o que Camilo disse: “Acho que Juazeiro tem umas especificidades. Juazeiro do Norte, particularmente, eu não queria que o Fernando fosse candidato. E pela primeira vez eu estou dizendo isso. Até porque, primeiro, o prefeito (Glêdson) votou nele para deputado estadual. E votou nele, apesar de ter votado no Capitão Wagner para Governador. Votou no Bolsonaro no segundo turno, para presidente”. E Camilo continuou abrindo o coração sobre as eleições em Juazeiro: “Eu achava, de certa forma, uma incoerência. “Após destacar essa falta de coerência, Camilo resolveu, de uma só vez, desqualificar a administração do prefeito Glêdson e deslegitimar a sua vitória:“ Apesar de ser um prefeito (reeleito com 53,23% dos votos), eu fico olhando para a cidade de Juazeiro do Norte, você não vê nada que o prefeito fez. “ Ainda sobre a derrota de Fernando Santana, Camilo ainda ressaltou a pouca importância dos principais políticos de Juazeiro: “teve outra coisa, um pouco que eu avaliava, no momento que foi feito, que eu achava que ali podia ter um resultado, foi todos os ex-prefeitos se juntaram com o Fernando, contra o atual prefeito.” Segundo Camilo, Glêdson usou com êxito a estratégia de: “ele usou isso: todos contra mim.”

Camilo não se sente derrotado em Juazeiro

Ainda durante a sua presença no podcast As Cunhãs, Camilo expôs o que ele achou estranho na concorrida eleição de Juazeiro: “Apesar de que tem um momento (na disputa), que o Fernando estava na frente. (Ele) não manteve a liderança”. Esse fato mereceu um comentário de incredulidade de Camilo: “eu acho engraçado, porque em todas as minhas eleições de Governador, eu nunca tinha um prefeito do meu lado e todas às vezes eu tirei 80, 85% dos votos em Juazeiro”. Mesmo com o resultado eleitoral desfavorável para o candidato do PT, Camilo não avalia como derrota a reeleição do prefeito Glêdson: “É como eu digo. Depende muito. Apesar de ser uma Prefeitura que nós não tínhamos, nós não perdemos. Mas, no Crato continuou, em Barbalha continua. Aliás, se você for olhar o mapa do Cariri, praticamente majoritário foram os prefeitos do PT.” Realmente, o PT foi o Partido que mais elegeu prefeitos no Cariri. Foram 12 em 29 municípios. Em segundo lugar, vem o PSB, com nove prefeituras. Numa conta simples, as duas siglas lideradas por Camilo elegeram 21 das 29 prefeituras. Contudo, no maior colégio eleitoral do Cariri, a oposição venceu. Camilo explica que nessas eleições, a sua prioridade era Fortaleza: “Eu tinha na minha mente, focar muito na eleição de Fortaleza. Então, quanto mais você tinha pessoas com candidaturas, principalmente mais próxima de mim [era melhor]. Como também eu não queria muito que a Janaína fosse candidata (em Crateús) e ela ganhou.”

Guimarães tenta transferir a derrota

O deputado federal José Guimarães confessou que o insucesso das urnas foi muito ruim para o PT do Ceará. Sem aceitar assumir qualquer culpa pela derrota da candidatura de Fernando Santana em Juazeiro do Norte, Guimarães tentou transferir a responsabilidade pelo resultado negativo ao ministro Camilo. Não demonstrando convencimento nem argumentos, Guimarães disse que Juazeiro é base de Camilo. E caberia ao ministro definir tanto o candidato, quanto administrar a campanha e, se empenhar muito mais para vencer às eleições. Essa tentativa de transferir responsabilidade não colou na militância do PT e nem nos partidos que se coligaram no apoio a Fernando Santana. Em Juazeiro, a avaliação unânime é que a candidatura de Fernando era uma vontade tanto de Camilo, quanto de Guimarães. Assim, os aliados petistas não compreendem o comportamento de Guimarães, durante a mais importante disputa, no maior colégio eleitoral do Cariri. Guimarães só cumpriu a uma única agenda durante toda a campanha eleitoral de Fernando Santana. A sua ausência de engajamento está sendo cobrada. E crescem as críticas por Guimarães não ter abraçado, como deveria, a candidatura de Fernando Santana.

PT crê que Fernando foi abandonado

Mesmo sem oficializar uma avaliação interna, o PT tem discutido a derrota do deputado estadual Fernando Santana em Juazeiro do Norte. E a avaliação da base petista é que Fernando Santana e o PT de Juazeiro foram abandonados. Nesse balanço, o PT livra apenas o ex-deputado estadual Nelinho Freitas e o deputado federal Yury do Paredão, ambos do MDB. Há reclamações generalizadas contra o deputado federal José Guimarães, que teria abandonado a disputa. Há ruídos até quanto à participação do ministro Camilo. Derrotados, lamentam que Camilo acabou priorizando a disputa no Crato, onde conseguiu reverter uma situação negativa. As ausências de Camilo e Guimarães teriam motivado uma série de abandonos na reta final. Os ex-prefeitos Raimundo Macedo e Arnon Bezerra não foram vistos nos últimos dias. Além disso, a maioria dos candidatos a vereador, ligados a esses grupos não compareceram às atividades, causando um esvaziamento na campanha. Essas atitudes comprovam a falta de empenho de partidários de Fernando Santana com a sua candidatura. Esses políticos sabem que não se empenharam.

André Barreto assume base aliada no Crato

O prefeito eleito do Crato, André Barreto, já assumiu a responsabilidade de liderar a sua base aliada na Câmara. André entrou na discussão sobre a sucessão da Câmara do Crato, para o próximo biênio, e garante que há um acordo dentro da própria base, que precisa ser cumprido. André sabe que ficou acordado que os partidos contemplados na chapa majoritária não disputariam a presidência da Câmara. Neste cenário, PT e PSB estariam fora da disputa. Os outros partidos da base que fizeram vereadores foram o PDT, PP, DC e Mobiliza, que fez o mais votado. Cada uma dessas legendas fez 02 vereadores. André não revela a sua preferência, mas a maioria dos parlamentares governistas avalia que o vereador Matheus Leite, do PDT, é o nome favorito. Essa preferência estaria entre as motivações para que os pedetistas tivessem retirado a pré-candidatura de Dr. Dudé, durante o processo de escolha do candidato a vice-prefeito. Essa desistência acabou por favorecer o PSB, que indicou Leitão Moura. Vereadores como Alex Saraiva, Fernando Brasil e Marquim do Povão, todos da base, também estão se colocando como candidatos à presidência da Câmara. Uma reunião da base de André Barreto, na semana passada, em um restaurante do Crato, iniciou as definições sobre quem será o presidente.

Guimarães entra em confronto com Lula

O presidente Lula se recupera da queda no banheiro do Palácio do Alvorada, quando sofreu traumatismo craniano. Ao cancelar a viagem para Rússia, Lula terá mais tempo para tratar da sucessão da presidente Gleise Hoffmann na direção nacional do PT. Uma das primeiras discussões de Lula com Gleise, antes de uma definição de um nome para substitui-la, é sobre uma possível antecipação do calendário para a escolha do novo presidente do PT, inicialmente prevista para maio. Só que o próprio Lula defendeu, durante reunião que comandou no dia seguinte ao primeiro turno, publicada no jornal OGLOBO. Durante o encontro, Lula perguntou a Gleisi: “Por que a eleição tem que ser no meio do ano? Não dá para antecipar”. Outro ponto de divergência entre Lula e Gleise é o próximo presidente nacional petista. Há um racha grande na maior corrente do PT, a Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária na direção nacional e na maioria dos diretórios estaduais, inclusive Ceará. De um lado, estão o candidato preferido Edinho Silva, com o apoio de Lula, José Dirceu, Fernando Haddad, Luiz Marinho e Alexandre Padilha. Do outro lado estão, José Guimarães, candidato de Gleisi Hoffmann e do que seria o “grupo nordestino”. Ocorre, que Guimarães não conta com o apoio do senador baiano Jaques Wagner e do ministro Camilo Santana. Na queda de braço, Guimarães resolveu peitar Lula e Camilo, que está fechado com Lula. Esse conflito pode fazer Guimarães perder a chance de ser candidato ao Senado em 2026.

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