Especialistas apontam que a falta de oxigênio em Manaus deve servir de alerta para outras cidades do Brasil, principalmente na região Norte. A capital do Amazonas vive uma crise sem precedentes em decorrência do aumento no número de casos da Covid-19. Devido a falta de oxigênio suficiente para suprir a necessidade do Estado, pacientes estão sendo transferidos para outras capitais do país, entre elas, Fortaleza.

O drama registrado em Manaus é reflexo da falta de planejamento do governo com a indústria, que precisou aumentar rapidamente sua produção de oxigênio para tentar atender a demanda. Mas ainda não é o suficiente. Para se ter uma ideia, a maior empresa no ramo, White Martins, informou ao jornal O Globo que produz diariamente 25 mil metros cúbicos de oxigênio e está aumentando a produção para 28 mil metros cúbicos. Porém, a demanda diária já chegou a 70 mil metros cúbicos, um valor três vezes maior do que a quantidade produzida.

Recentemente, a White Martins recebeu uma autorização temporária da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anivsa) para diminuir o percentual de pureza do oxigênio de 99% para 95%, visando facilitar o aumento na produção.

Demora para chegar

Um outro problema apontado é a dificuldade de escoamento para receber os cilindos de oxigênio dos outros Estados. O produto demora dias para chegar, quando a necessidade de reposição deve ser imediata. As indústrias que atuam na região relataram ao O Globo que as doações se avolumam, mas acabam não chegando a tempo.

Atualmente, as doações dos outros Estados estão sendo enviados por aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e por balsas, que vão de Belém, no Pará, até Manaus e demoram de 5 a 7 dias para chegar ao destino final.

Barreiras com os EUA e Europa

O crescente aumento nos casos da Covid-19 e o surgimento de uma variante, até então inédita, no Amazonas está gerando medo não só no Brasil, como no restante do mundo. Por isso, países da Europa e os Estados Unidos estão proibindo a entrada de brasileiros em suas nações. Para piorar, o Presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) continua negando a gravidade da pandemia do coronavírus.