O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na noite desta quinta-feira (2), que será forçado a "tomar alguma decisão" se "até semana que vem não voltar o trabalho, pelo menos gradativo". Ele também fez críticas ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a quem disse faltar "um pouco de humildade". As falas ocorreram na sua tradicional live de quinta-feira, que nesta semana ocorreu por meio de uma transmissão da rádio Jovem Pan. 

O presidente disse que apesar de ser contra o isolamento total, ainda não tomou nenhuma medida, porque se sente "ameaçado". "Tem ameaça de tudo para qualquer lado para cima de mim. Até buscar um afastamento, sem nenhum preparo legal para isso. Um presidente pode muito, mas não pode tudo. Temos gente poderosa em Brasilia que espera um tropeço meu. Estou esperando o povo pedir mais ", disse. Mais uma vez Bolsonaro defendeu que o isolamento seja só do grupo de risco. "Se pegar as nossas estatísticas de 0 a 30 anos zero óbito. Poderiam estar trabalahndo. Enquanto não chegar a 70% da população não vamos nos livrar dele (o vírus)", disse. 

Quanto ao seu ministro da Saúde,  Luiz Henrique Mandetta, ter defendido o isolamento, o presidente voltou a dizer que não pretende demiti-lo. "Mandetta já sabe que não estamos nos 'bicando'. Não vou demitir ele no meio da guerra. Mas eu tenho falado com ele. Em alguns momentos ele teria que ouvir um puco mais o presidente. Ta faltando um pouco de humildade para ele. Nenhum ministro meu é indemissível", disse. 

Governadores

O presidente voltou a fazer fortes críticas aos governadores que têm decretado medidas de isolamento para conter o avanço do coronavírus, principalmente em relação ao de São Paulo, João Doria. "Com todo o respeito aos governadores, estão muito mal de porta voz, vocês sabem quem é, não precisamos desse porta voz que faz demagogia o tempo todo, que é o de São Paulo, com discursinho barato dizendo que o governo federal tem dinheiro", disse. "Eu não vou rodar moeda, porque vem inflação. Nós não queremos um caos no Brasil", continuou. 

O presidente também criticou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. "É ditadura esse negócio? Tem que tratar a população com respeito. Proibir o cara de ir a praia. Praia é ao ar livre", enfatizou. Por meio de decreto, o governo do estado proibiu idas à praia. 

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Com informações Correio Braziliense