Assassinato de professor de surf segue sem investigação da Polícia

Walter era considerado desbravador do surf no Ceará

31/03/17 12:25

A família, os amigos e alunos do professor de surf Wally Walter Pinheiro revelam indignação e revolta diante da impunidade que cerca seu assassinato. “Waltão”, como era tratado em família e  pelos amigos, faleceu no último dia 27, um mês após ser baleado durante o Carnaval na cidade de Paracuru (a 100Km de Fortaleza). O assassino permanece à solta. As suspeitas recaem sobre um policial militar.  A Polícia sequer instaurou inquérito acerca do fato.

Era o dia 25 de fevereiro, sábado de Carnaval, quando o professor de surf se envolveu numa confusão na praia, em Paracuru, e acabou baleado. Foi trazido às pressas para Fortaleza e deu entrada no Instituto Doutor José Frota. Passou exatos 30 dias internado, até que sofreu um agravamento no seu quadro clínico e não resistiu. A morte do surfista se caracterizou em  lesão corporal seguida de morte, portanto, um Crime Violento, Letal e Intencional (CVLI), muito embora não tenha sido instaurado, até agora, inquérito policial acerca do fato.

As informações sobre o que gerou o atentado são poucas. Entre os familiares e amigos resta a informação de que o atirador seria um cabo da Polícia Militar, residente no bairro Mucuripe, em Fortaleza. Seu nome é preservado já que sequer houve início de uma investigação policial.

Familiares disseram ter sido registrado um Boletim de Ocorrência (B.O.) no plantão do 34º DP (Centro), no dia do fato.

Quem era

Aos 59 anos de idade, “Waltão” morreu de forma violenta. No entanto, seus amigos o qualificam como uma pessoa que era alegre, enérgica e um homem  que se tornou desbravador do surf no Ceará. Foi um dos primeiros nomes a surgir no surf cearense, nos anos 80. Criou o “Nortão”, uma das primeiras equipes da modalidade no estado, ao lado do amigo Odalto Castro, numa época em que o esporte ainda era embrionário no Brasil.

“Era uma pessoa envolvida, dedicada ao surfe, com uma história sólida. Ele foi importante numa época difícil, em que o surfista era desrespeitado, sofria preconceito e, apesar de tudo isso, continuou surfando. Ele, com os amigos do Nortão, foram verdadeiros desbravadores”, lembrou o jornalista George Noronha, especialista em esportes radicais.

 

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