Após dois anos da maior chacina no Ceará nenhum dos suspeitos foi julgado

27/01/20 12:25

Dois anos após a maior chacina já registrada no Ceará, com 14 pessoas executadas a tiros, nenhum dos suspeitos de envolvimento no massacre foi julgado. O crime ocorreu exatamente na madrugada do dia 27 de janeiro de 2018 em uma casa de shows conhecida como “Forró do Gago”, na comunidade Barreirão, no bairro Cajazeiras, na Capital.

Ao menos, 15 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Estadual (MP-CE) como  envolvidas  no massacre. Destas, 12 estão presas, sendo seis em presídios federais de segurança máxima em outros estados do país.  Sete permanecem no Sistema Penitenciário do Cear[a  Outra continua foragida e o 14º suspeito morreu no ano passado acometido de tuberculose em um presídio da Grande Fortaleza.

A chacina do “Forró do Gago” ou das Cajazeiras aconteceu no momento em que ocorria um baile funk patrocinado pela facção criminosa Comando Vermelho (CV).  Dezenas de pessoas, a maioria mulheres jovens e adolescentes, estavam no local quando surgiram vários homens armados com fuzis, submetralhadoras, pistolas e espingardas de calibre 12.  Eles desceram de vários carros na Rua Madre Teresa de Calcutá já disparando as armas. Eram criminosos da facção rival ao CV, ou seja, da  Guardiões do Estado (GDE).

Algumas pessoas que estavam na porta da casa de shows ou que simplesmente passavam na hora acabaram sendo também  executadas ou baleada. No total, 14 pessoas (oito mulheres e seis homens) estavam mortas e outras seis ficaram feridas, sendo socorridas para hospitais daquela região da cidade. Os maios graves foram encaminhados ao Instituto Doutor José Frota (IJF-Centro), onde permaneceram internadas sob escolta da Polícia Militar.

Meses de investigações sigilosas levaram a Polícia a indicar os 15 envolvidos na matança ordenada pelo chefe da GDE no Barroso e na comunidade Babilônia: Auricélio Sousa de Freitas, o “Celim Babilônia”, apontado como de altíssima periculosidade e que acabou preso meses depois da chacina, numa operação de policiais do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) liderada pessoalmente pelo seu comandante, coronel PM Cícero Henrique Bezerra.

Criminosos identificados

Além de “Celinho da Babilônia”, também foram indiciados pela Polícia como envolvidos na matança coletiva os seguintes acusados: Dijair de Sousa Silva, o “De Deus”; Noé de Paula Moreira, o “Gripe Suína”; Misael de Paula Moreira, o “Afeganistão”; Francisco de Assis Fernandes da Silva, o “Barrinha”; e Zaqueu Oliveira da Silva, o “Macumbeiro”. Todos estão, atualmente, recolhidos em penitenciárias federais de segurança máxima em outros estados brasileiros, como a de Catanduvas, no Paraná; e a de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Outros sete suspeitos continuam presos em unidades do Sistema Penitenciário do Ceará. São eles: Ruan Dantas da Silva, o “RD”; Francisco Kelson do Nascimento, o “Susto”; Joel Anastácio de Freitas, o “Gaspar”; João Paulo Félix Nogueira, o “Paulo Caxias”, Eduardo dos Santos  Lima, o “Aço”; e Fernando Alves de Santana, o “Baiano”, além de Victor Matos de Freitas.

Continua foragido o suspeito identificado por Ayalla Duarte Cavalcante, o “Zóio”.  Já Renan Gabriel da Silva, o “RG”, morreu no ano passado, acometido de tuberculose na cadeia.

Morreram na chacina das Cajazeiras as seguintes pessoas:

1 – Maíra Santos da Silva, 15 anos;

2 – Maria Tatiana da Costa Ferreira 17 anos;

3 – Brenda Oliveira de Menezes, 19 anos;

4 – José Jefferson de Souza Ferreira, 21 anos;

5 – Raquel Martins Neves, 22 anos;

6 – Luana Ramos Silva, 22 anos;

7 – Wesley Brendo Santo Nascimento, 24 anos;

8 – Natanael Abreu da Silva, 25 anos;

9 – Antônio Gilson Ribeiro Xavier, 31 anos;

10 – Renata Nunes de Sousa, 32 anos;

11 – Mariza Mara Nascimento da Silva, 37 anos;

12 – Edneusa Pereira de Albuquerque, 38 anos;

13 – Raimundo da Cunha Dias, 48 anos;

14 – Antônio José Dias de Oliveira, 55 anos.

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