A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se posicionou nesta quinta-feira (15) de forma contrária à importação da vacina russa Sputnik V. O órgão apontou inconsistências em ensaios clínicos que impedem a aprovação do imunizante no Brasil.

Em documento obtido pelo jornalista Kenzô Machida, da CNN, a Anvisa explica uma série pontos considerados críticos em relação a segurança e eficácia da Sputnik V. Em um dos argumentos, a agência diz que a vacina apresentou a replicação do vírus e a empresa não apontou nenhum dado que mostra a segurança dessa proteína replicante, que é fundamental para saber se a vacina pode infectar ao invés de prevenir a doença.

Um outro ponto determinante está relacionado com a quantidade de impurezas presentes na vacina. A Anvisa aponta que elas são insuficientes para demonstrar os corpos impuros que podem estar presentes no imunizante e qual a eficiência do processo produtivo em removê-los e controlá-los. Por fim, a agência afirma que os ensaios clínicos foram mal projetados, dificultando a descoberta da eficácia da vacina.

"O seu controle de qualidade não está adequado para garantir a segurança dos indivíduos vacinados com o produto nem a sua eficácia, visto que os testes de controle de qualidade não reportam os resultados necessários para demonstrar que a quantidade de partículas virais infectantes necessárias a uma resposta imune robusta estaria presente na vacina", diz a nota.

Sputnik V no Ceará

O governador Camilo Santana (PT) acertou a compra de 5,87 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. As doses fazem parte da compra das mais de 37 milhões de imunizantes russos que o Consórcio Nordeste, formado por nove estados da região, acertou.

A Sputnik é desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia, e distribuída pela União Química, no Brasil.