A 2ª Turma do Conselho Superior de REcursos Fiscais (CSRF) anulou uma decisão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) após virem à tona, durante a Operação Zelotes, indícios de pagamento de propina a um dos conselheiros que votou no julgamento. A medida atende a pedido do Ministério Público Federal (MPF), que apresentou provas da corrupção do conselheiro, e atinge diretamente o empresário Walter Farias, dono da Cervejaria Petrópolis, que produz a Itaipava. Walter Farias foi acusado de não ter comprovado a origem de R$ 3,6 bilhões depositados em um banco suíço e trazido ao Brasil em 2002. Ao todo, a Receita Federal cobrava do empresário R$ 8,6 bilhões. No entanto, em junho de 2014, a 2ª Câmara da 2ª Seção negou o recurso da Fazenda contra a Cervejaria Petrópolis e isentou Walter Farias do pagamento das multas e do imposto. A Operação Lava Jato revelou que a Petrópolis atuou como braço da Odebrech no pagamento de propina no Brasil. A cervejaria repassava os valores ao corruptos em solo brasileiro e era ressarcida através de depósitos da Odebrecht em contas ligadas a Farias no exterior. Walter Farias e Cid Gomes O ex-governador Cid Gomes (PDT) tem, hoje, um galpão alugado à Itaipava, do grupo Petrópolis, em Sobral. A ligação está na mira da Justiça por dois motivos: pela ligação da empresa com o pagamento de propina da Odebrecht; e pela empréstimo irregular de R$ 1,2 milhão tomado pelo então governador Cid Gomes junto ao BNB. O pedetista é réu na Justiça Federal devido à transação, sob suspeita de ter usado o cargo para obter benefícios.