Guerra de facções no “Território da Paz” já deixou 29 mortos neste começo de 2019

Dois irmãos foram as vítimas mais recentes. Acabaram executados na noite de ontem

Polícia no local onde os dois irmãos foram executados sumariamente, nesta segunda

19/03/19 11:36

A guerra travada entre as duas principais facções que atuam no Ceará já deixou neste ano, ao menos, 29 pessoas mortas no “Território da Paz”, uma imensa zona formada por cinco bairros da parte Sul de Fortaleza: Bom Jardim, Granja Portugal, Granja Lisboa, Siqueira e Canindezinho, na Área Integrada de Segurança Dois (AIS-2).  E na noite desta segunda-feira (18), a sequência de mortes atingiu uma única família, quando dois irmãos foram executados.

Cleílson e Genilson Celestino da Silva foram mortos, a tiros de pistolas de calibre 380 e Ponto 40 (0.40) quando  caminhavam em direção á sua residência, na Rua Oscar Araripe, no Bom Jardim.  Segundo informações de testemunhas à Polícia, os dois receberam tiros à queima-roupa e caíram em  um canal, onde receberam mais disparos.

As escaramuças diárias de bandidos armados pertencentes às facções Comando Vermelho (CV) e Guardiões do Estado (GDE) nas favelas e becos do Grande Bom Jardim tem produzido um rastro de sangue desde o ano passado. Dezenas de jovens foram cooptados  pelas facções e hoje vigiam seus “territórios” armados com pistolas, submetralhadoras (conhecidas como “Macaquinhas”) e até fuzis, conforme já foi apreendido pela PL na área, por diversas vezes.

Números

Somente em janeiro, 14 pessoas foram mortas no “Território da Paz”, sendo oito no Bom Jardim, duas da Granja Portugal, duas na Granja Lisboa, além de mais duas no Siqueira e no Canindezinho.

Em fevereiro, foram nove assassinatos naquela área, sendo três no Bom Jardim, dois no Canindezinho e dois no Siqueira, além de outros dois na Granja Lisboa e Granja Portugal.

Neste mês de março em curso, seis pessoas foram mortas, sendo cinco casos no Bom Jardim – incluindo os irmãos assassinados na noite de ontem – e outro no Siqueira.

A Polícia Militar mantém uma ocupação na área, mas não o suficiente para arrefecer os ânimos dos criminosos, que buscam eliminar os inimigos na briga por território do tráfico de drogas e armas.

 

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