Tasso critica governo Bolsonaro, mas está empenhado em aprovar Reforma da Previdência

Tasso Jereissati

18/03/19 10:23

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) teve entrevista publicada, nesta segunda-feira (18), no jornal Valo Econômico. O tucano cearense disse que o presi Jair Bolsonaro está queimando capital político com questões “inúteis”, bate-bocas entre ministros e contradições internas.

Na opinião de Tasso, tudo isso pode comprometer a aprovação das mudanças das regras de aposentadoria, consideradas cruciais ao equacionamento da crise fiscal que abala o país desde 2014 e, consequentemente, para a retomada do crescimento da economia brasileira, que, depois de ficar em recessão por três anos (2014-2016), acumulou avanço de apenas 2,2% nos dois anos seguintes.

Ainda segundo o Valor, apesar de crítico ferino da atual gestão, Jereissati mostra forte preocupação com o possível fracasso de sua agenda econômica. Quer ajudar a aprovar a reforma da Previdência, mas é contrário à adesão formal do PSDB ao governo. A visão marcadamente conservadora dos costumes, ponto central da agenda do PSL e do presidente Jair Bolsonaro, é uma diferença clara, diz o senador, entre o grupo político que está no poder e os tucanos. “Nosso espaço é este, uma visão liberal na economia, bastante liberal nos costumes e que vê o Estado como elemento regulador e atuante na questão dos desequilíbrios sociais”, observou.

Em tempo

Para Tasso, nunca houve momento tão propício à aprovação da reforma da Previdência, mas o tempo corre contra o governo e as maiores dificuldades sequer começaram. “A pressão das corporações [do funcionalismo público] ainda nem começou”, advertiu. O tempo “ótimo” para o governo colocar a reforma em tramitação, que seriam os dois primeiros meses do mandato, já foi perdido. “Na Câmara, tem que passar até julho. Voltando do recesso parlamentar sem ter resolvido na Câmara, fica muito difícil. Passa uma coisinha ou outra, mas bem magrinha”.

Na opinião do senador, o problema está no próprio governo e, essencialmente, nas atitudes do presidente. “Parece que Bolsonaro ainda não assumiu o papel de presidente da República. Ele está fomentando a discórdia. É a antítese do que um presidente quer para o seu governo”.

LINKS PATROCINADOS