O presidenciável Ciro Gomes (PDT) concedeu entrevista ao jornal O Globo desta sexta-feira (17). Como não poderia deixar de ser, fez o que mais sabe fazer, grosseria. Atacou Lula e Dilma, chamando-os de "testa de ferro", e o Centrão, tachando os políticos que fazem parte de "pilantras". Sobre o PT, também não poupo suas famosas alfinetadas, mas fez um afago ao candidato do partido a governador do Piauí, Wellington Dias, que o apoia ao Planalto. Já sobre o petista Camilo Santana, que tenta se reeleger ao Abolição aqui no Ceará, nenhum pio -- em tese, ele é do grupo político dos Ferreira Gomes. Ciro quis defender seu estilo estourando alegando que o país não precisa de um presidenciável com temperamento de lesma ou ameba, porque senão seria chamado de "picolé de chuchu", fazendo um ataque direto ao tucano Geraldo Alckmin -- que está na frente do FG nas pesquisas de intenção de voto. O pedetista não poupou Haddad e Manuela, que devem encabeçar a chapa do PT na impossibilidade de Lula concorrer à Presidência. Ele garante que os dois vão se apequenar por terem escolhido ser uma espécia de meninos de recado do ex-presidente. Caso sejam eleitos, a impressão que vão passar é que são políticos menores, porque precisarão das diretrizes de Luiz Inácio de dentro de uma cela em Curitiba. Pergunta de outro O Globo: Sua mulher, Giselle Bezerra, tem acompanhado suas agendas. Qual é o papel dela na sua campanha? Ciro Gomes: Ela é minha companheira, meu amor, trabalha comigo, vive comigo, me aconselha e tal. Pronto. Vai querer que eu repita aquela bobagem? (de que o papel de sua então mulher Patrícia Pillar, na campanha presidencial de 2002, era dormir com ele). Isso é ridículo, foi há 16 anos. Em tempos de Rodoanel, merenda de escola, cunhado recebendo ou não dinheiro, funcionário fantasma. De mim, o que se recupera é um imponderável temperamento e uma bobagem inominável que eu falei. Em tempo Ah, Ciro também atacou artistas e intelectuais do Rio de Janeiro -- O Globo é de lá --, nivelando todos por baixo. "E o Rio de Janeiro, maior concentração de artistas por quilômetro quadrado, de intelectuais, de engenheiros, uma elite exuberantemente linda, criativa e olha a situação de vocês. Isso por causa do gueto da Zona Sul. Eu vou para as reuniões aqui (no Rio) e as pessoas não querem falar de emprego, de salário. Completamente voando da agenda do povo, querem exigir de mim compromisso de descriminalização de droga, porque 'eu gosto de fumar minha maconha", disse a presidenciável na entrevista.