Coronel é punido por criticar formação de PMs cearenses e as abordagens desastrosas
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Coronel é punido por criticar formação de PMs cearenses e as abordagens desastrosas

Um dos oficiais mais preparados da PM cearense, Wilson Melo foi excluído da Academia Estadual da Segurança Pública. Ele publicou um artigo citando a abordagem desastrosa da PM que causou a morte da administradora de empresas Gisele Távora

Tenente-coronel PM Wilson Melo criticou a forma como os PMs estão sendo formados

29/06/2018 13:59

Por ter publicado nas redes sociais um artigo em que chamou a atenção sobre a formação profissional dos policiais militares cearenses, e, especialmente, a questão do uso de armas, após mais uma abordagem desastrosa que causou a morte de uma cidadã, em Fortaleza, um oficial da PM foi punido. Acabou  eliminado do quadro de instrutores da Academia Estadual da Segurança Pública (Aesp). O militar punido é um dos oficiais mais preparados da Polícia Militar do Ceará. Trata-se do tenente-coronel Wilson Melo, instrutor de tiro, especialista em policiamento de Choque, além de autor de dezenas de artigos, pesquisas científicas, monografias e livros publicados acerca do modelo de treinamento policial vigente no Brasil. O artigo que gerou a punição do oficial foi publicado por ele há duas semanas, logo após o episódio em que PMs, numa abordagem desastrosa na Avenida Oliveira Paiva, no bairro Cidade dos Funcionários, na zona Sul de Fortaleza, dispararam tiros de pistola e carabinas com balas de calibre Ponto 40 (.40) contra um carro em movimento, causando a morte da administradora de empresas e pedagoga Gisele Távora Araújo, 42 anos, mais uma cidadã  inocente morta pelas mãos do estado. Os Pms teriam confundido o carro de Gisele com outro onde estariam assaltantes. Nas redes sociais, o tenente-coronel Wilson Melo ele informou, nesta tarde de sexta-feira (29) a forma como recebeu a punição do estado: “Amigos, desta vez escrevo para informar que, por decisão arbitrária e pessoal do diretor da Academia Estadual de Segurança Pública, sem qualquer justificativa, fui cortado da relação de instrutores daquele centro de ensino dos órgãos de segurança pública. A única justificativa possível talvez seja melindres por conta de meus artigos e análises sobre os temas relacionados à formação e qualificação policial. Não foi levado em consideração o fato de eu ser o instrutor com mais tempo de experiência em atividade atualmente, meus trabalhos técnicos publicados, as pesquisas científicas realizadas e todo o know how do qual sou possuidor. É muito triste e preocupante constatar que os responsáveis pelos órgãos públicos em nosso estado não conseguem conviver pacificamente com a crítica, mesmo esta não tendo sido direcionada para uma entidade ou pessoa específica, mas tão somente para uma situação real de todo o sistema de segurança público brasileiro, críticas que apresentam o único objetivo de buscar aperfeiçoamentos e melhorias das capacidades técnicas de nossos agentes públicos.  Resta-me apenas lamentar e torcer para que o governador Camilo Santana, em sua próxima gestão, consiga achar para a Academia Estadual de Segurança Pública a indicação de um diretor que esteja à altura de sua importância social”.  TC PMCE WILSON MELO Leia, a seguir, o artigo que o tenente-coronel Wilson Melo publicou logo após o episódio da morte da cidadã  Gisele Távora numa abordagem desastrosa de PMs, fato que acabou gerando a punição do militar, através de sua exclusão dos quadros da Academia Estadual da Segurança Pública do Estado do Ceará (Aesp): “Como qualquer cidadão, e mais ainda por ser policial militar e instrutor de tiro, fico terrivelmente revoltado e decepcionado quando ocorrem fatos como este. A culpa maior por essa morte descabida é exclusivamente do Estado. Há anos que venho alertando para a inadequação do atual modelo de treinamento policial vigente no país. Já são dezenas de artigos, pesquisas científicas, monografias e livros publicados onde alerto para a necessidade de atualização e adequação da metodologia de treinamento dos agentes de segurança pública, principalmente nas disciplinas práticas de tiro e técnicas policiais. Mas, infelizmente, não tenho tido voz por não fazer parte da "equipe". Quantos mais casos como este serão necessários para que os gestores abram os olhos? Quem será a próxima vítima? Poderá ser uma pessoa da minha, ou da sua, família”.   TC PM WILSON MELO  

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