Família apela para Polícia localizar corpo de entregador assassinado por uma facção
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Família apela para Polícia localizar corpo de entregador assassinado por uma facção

Entregador saiu de casa para trabalhar, há duas semanas, e não voltou mais. Familiares receberam ligações anônimas revelando que ele foi morto por bandidos de uma facção e o corpo enterrado. O frama familiar acontece em Caucaia

Carlos Clementino fazia entrega de botijões de gás na comunidade São Miguel, em Caucaia

14/03/2018 12:48

“O que nós da família queremos é apenas o corpo para podermos enterrar”.  O apelo é do irmão de um homem que está desaparecido de casa há duas semanas e que, provavelmente, foi morto e seu cadáver ocultado por membros de uma facção criminosa. Desesperada, a família faz um apelo através da Imprensa, já que, segundo ela, as autoridades policiais ignoraram os pedidos de buscas ao corpo. O caso foi registrado na comunidade São Miguel, no Município de Caucaia. Os familiares, vizinhos e amigos do entregador  Carlos Clementino de Sousa, 43 anos, estão indignados com o fato. Ele teria sido assassinado por ignorar a ordem de uma facção que comanda a comunidade e dita regras para o comportamento das pessoas. A disputa por território divide as comunidades São Miguel e Zizi Gavião, ambas localizadas no limite entre Fortaleza e Caucaia, nas margens da BR-222 e próxima ao antigo Frigorífico Industrial de Fortaleza (Frifort). Ali, bandidos impedem que moradores de uma comunidade transite em direção a outra. Quem desobedecer, é assassinado. Foi o que, provavelmente, com Carlos Clementino. Ele trabalhava como entregador de botijões de gás de cozinha e já havia sido ameaçado de que não poderia entregar botijões na favela Zizi Gavião por ser morador do São Miguel.  Desde o dia 1º de março ele não foi mais visto na área. Depois disso, a família recebeu ligações telefônicas de supostos bandidos informando que Carlos havia sido executado  e o corpo enterrado. Ameaças “Disseram uma vez que o corpo estava enterrado nas margens do Rio Maranguapinho, aqui perto. Noutra ligação indicaram que estava enterrado no mangue do Rio Ceará. Mas, depois, disseram que está enterrado nos fundos de um terreno baldio ao lado de uma creche aqui perto. Mas não fomos até lá, por disseram que se formos ou se alguém chamar a Polícia, morre”, disse um familiar. A família, desesperada, disse que espera por buscas da Polícia e dos Bombeiros para a localização do corpo do entregador. Caso semelhante Na última sexta-feira (9), bombeiros encontraram no mangue do Rio Ceará, no bairro Vila Velha, na zona oeste de Fortaleza, os corpos de três mulheres que haviam sido seqüestradas uma semana antes em uma residência na Barra do Ceará.  As buscas duraram cinco dias, até que um dos suspeitos da matança decidiu ajudar na localização dos corpos. As três mulheres – identificadas como Nara Aline Mota de Lima, Darciele Anselmo de Alencar e Ingrid Teixeira Pereira – foram seqüestradas por integrantes de uma facção criminosa, torturadas, mortas a tiros e os corpos decapitados. Uma delas teve os braços costados a golpes de facão quando ainda estava viva. Os assassinos filmaram toda a cena com um celular e postaram as imagens nas redes sociais. Pelo menos, quatro adultos e um adolescente foram capturados pela Polícia.

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