Escolha de novo diretor de Inteligência expõe crise de comando na Segurança Pública
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Escolha de novo diretor de Inteligência expõe crise de comando na Segurança Pública

Um ex-capitão da PM do Maranhão vai comandar o Departamento de Inteligência da Polícia Civil. A decisão foi do atual diretor da Coin, Ednaldo Cavalcante, deixando o delegado Geral da instituição, Everardo Lima, sem escolhas

Delegado Nelson Canito Pimentel, ex-capitão da PM do Maranhão, vai chefiar o DIP

01/03/2018 12:56

Um ex-capitão da Polícia Militar do Maranhão e ex-delegado do Pará. Este é o perfil do novo chefe do Departamento de Inteligência da Polícia Civil cearense (DIP).  Trata-se do delegado Nelson Canito Pimentel Júnior. Ele deve assumir o cargo ainda hoje em substituição ao colega Renê Andrade. O nome, desconhecido no Ceará, foi escolhido pelo atual chefe de Coordenadoria de Inteligência (Coin), da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Ednaldo Cavalcante, que hoje é quem dá as cartas na Polícia Judiciária do Ceará e que se tornou o “homem de confiança” do secretário André Costa. A nomeação de Nelson Pimentel para comandar os destinos da Inteligência da Polícia Civil foi imposta ao delegado-geral, Everardo Lima, que não teve nenhum poder de decisão mesmo sendo o gestor maior da instituição e abre mais um capítulo da crise na Segurança Pública do estado, agravada nas últimas semanas pela morte de líderes da facção criminosa PCC no Ceará. O episódio virou um escândalo nacional que abalou ainda mais a imagem do Ceará perante o país após o registro da chacina do “Barreirão”, no bairro Cajazeiras, em Fortaleza. Após a matança na casa de shows “Forró do Gago” (14 mortos, segundo números oficiais divulgados pela SSPDS), uma nova chacina veio a abalar ainda mais as estruturas de poder dentro da Segurança Pública: o assassinato de 10 presos na Cadeia Pública da cidade de Itapajé. Logo depois, para completar o desgaste geral, ocorreu a morte dos bandidos paulistas “Gegê do Mangue” e “Paca”, dois figurões do crime organizado no Brasil. Com toda essa sequência de atropelos, vexame para as autoridades locais, demonstração de fraqueza da Inteligência e prejuízos para a imagem do Ceará, o governador Camilo Santana (PT) chamou o secretário ao Abolição e deu o ultimato: ou refaz a Inteligência ou entrega o cargo. Duas semanas depois, o delegado Renê Andrade foi exonerado do DIP. Na tarde desta quarta-feira, numa reunião à portas fechadas, o delegado-geral Everardo Lima foi informado de que o chefe da Coin já havia escolhido o nome para o DIP, assim como fez anteriormente na escolha dos titulares de outras unidades da Polícia Civil, como a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a Delegacia de Combate às Ações do Crime Organizado (Draco). Sem poder de reação, o delegado-geral acatou as ordens do diretor da Coin.

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