Justiça condena a mais de 35 anos de prisão homem que matou veterinário em Fortaleza - CN7

Justiça condena a mais de 35 anos de prisão homem que matou veterinário em Fortaleza

A vítima foi atingida com um disparo na parte de trás da cabeça

Justiça condena a mais de 35 anos de prisão homem que matou veterinário em Fortaleza

(Foto: reprodução/Instagram)

01/08/2025 18:10

O Tribunal da 5ª Vara do Júri de Fortaleza acatou integralmente as teses do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e condenou, na última quarta-feira (30), Romualdo Sousa Barros pelo homicídio triplamente qualificado da vítima Saúl Gaudêncio Neto, que era pesquisador do curso de Medicina Veterinária na Universidade de Fortaleza (Unifor), e pela tentativa de homicídio, também triplamente qualificada, da namorada dele, a nutricionista e estagiária em Veterinária, Mariana Mota, fatos esses ocorridos em 4 de julho de 2024. Romualdo trabalhava na Unifor como tratador de animais e já conhecia as duas vítimas, que foram atraídas por ele para um local ermo no bairro Edson Queiroz, em Fortaleza.

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Conforme a denúncia do MPCE, Romualdo personificou as frustrações profissionais nas duas vítimas, que eram chefes imediatos dele, e planejou o assassinato dos dois como forma de se vingar pelos problemas. O denunciado trabalhava há mais de dez anos na Unifor e era responsável pelo bem-estar dos animais do curso de Medicina Veterinária. Porém, nos últimos tempos, ele começou a faltar de forma injustificada e recebia críticas de colegas por se mostrar negligente nas atividades, além de ter escondido na fazenda onde trabalhava uma arma de fogo obtida de forma ilícita, sob o argumento de própria defesa. Essa conduta culminou numa suspensão e duas advertências formais. Apesar disso, a vítima fatal chegou a interceder para que ele não perdesse o emprego, porém essa ação não era de conhecimento do réu.

No dia do crime, as duas vítimas se dirigiram à fazenda onde são criados os animais da universidade para avaliar uma cabra supostamente doente, por insistência de Romualdo. Após o atendimento veterinário, as vítimas já se preparavam para ir embora, quando o acusado pediu uma carona até as proximidades de um shopping. O veículo era conduzido pelo pesquisador até que, repentinamente, Romualdo ordenou que parassem o carro e surpreendeu as vítimas com uma arma de fogo, atingindo o condutor com um disparo na parte de trás da cabeça. Já a nutricionista conseguiu deixar o veículo para fugir, sendo atingida com disparos. Mesmo assim, ela conseguiu correr para longe do agressor e foi socorrida e levada a um hospital.

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Depois de efetuar os disparos, o réu deixou o local e descartou a arma de fogo utilizada. Ao chegar em casa, inicialmente Romualdo agiu normalmente, porém quando a companheira dele soube do crime pelas redes sociais e o confrontou, ele confessou. Quando os policiais chegaram à casa dele para o prender em flagrante, ele tentou se esquivar, atribuindo para si um falso nome e só admitiu a real identidade por insistência dos agentes de segurança.

Pena

O MPCE denunciou Romualdo pelos crimes de homicídio consumado triplamente qualificado da vítima Saúl Gaudêncio Neto, homicídio tentado triplamente qualificado da vítima Mariana Mota, falsa identidade, receptação e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Na sessão em plenário, o réu alegou ter sofrido violência policial para confessar os crimes na fase investigativa, porém tais alegações foram inteiramente rejeitadas pelo Conselho de Sentença, a partir da argumentação e das provas expostas pelo Ministério Público. Os jurados acolheram a íntegra do pedido condenatório e o réu foi condenado a uma pena total de 35 anos e seis meses de reclusão, além de três meses de detenção. Além disso, foi condenado também ao pagamento de reparação de danos, correspondente ao valor de R$ 100 mil aos parentes da vítima fatal e a R$ 40 mil à vítima sobrevivente.

Recurso

Na quinta-feira (31), o MP interpôs recurso de apelação ao Tribunal de Justiça com o objetivo de aumentar a pena privativa de liberdade imposta na sentença. O processo faz parte do Programa Tempo de Justiça, que busca agilizar o julgamento dos casos de homicídio em Fortaleza em até 400 dias após o crime.

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