O Programa de Cisternas, retomado pelo governo Lula como parte do projeto “Água para Todos”, tem como objetivo ampliar o acesso à água para famílias do semiárido. No entanto, tem gerado controvérsia pela concentração de 85% dos R$ 756 milhões destinados ao projeto (R$ 640 milhões) em uma única ONG, a Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), via programa Um Milhão de Cisternas para o Semiárido (P1MC), comandada por integrantes do PT, segundo o jornal O Globo.

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No Ceará, uma das subcontratadas pela ASA é a Cooperativa Mista de Trabalho (Comtacte), que recebeu R$ 4,6 milhões para construir 769 cisternas em cinco cidades do interior cearense. A cooperativa é presidida por um filiado ao PT e ex-assessor do prefeito de Itaiçaba (CE), também do partido. A entidade está registrada em um endereço residencial simples no bairro Farias Brito, em Aracati, no litoral leste. 

As cisternas no Ceará fazem parte de um esforço maior do governo para reestruturar o programa, que sofreu cortes na gestão Bolsonaro. O Ministério do Desenvolvimento Social, sob comando de Wellington Dias, afirma que os vínculos partidários não influenciaram as contratações, e que os critérios utilizados priorizam experiência técnica na região do semiárido.

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Contudo, auditorias anteriores da CGU apontaram falhas estruturais em 31% das cisternas entregues entre 2020 e 2022 e alertaram sobre a dificuldade de fiscalização quando há subcontratações em cadeia. Especialistas cobram mais transparência e rigor na seleção e acompanhamento das entidades envolvidas. A meta do governo é investir R$ 1,5 bilhão até 2026 e beneficiar mais de 100 mil famílias.