Ano começa com fuga coletiva de presos e domínio de facções no Sistema Penitenciário
PORTALCN71-740x90_TAUApx1-
SS-155_24) - BANNERS PORTAIS CORRIDA-JORNAL DO CARIRI-970x120px
970 X 120 PX copy
Hidrogenio verde e o combustivel do futuro

Ano começa com fuga coletiva de presos e domínio de facções no Sistema Penitenciário

No Complexo Penitenciário de Itaitinga, na Grande Fortaleza, as fugas viraram uma perigosa rotina e Secretaria da Justiça e da Cidadania sequer sabe quantos detentos escaparam da CPPL 3 na madrugada da última Quarta-feira

A Sejus está fazendo a recontagem de presos para saber quantos fugiram da CPPL 3

19/01/2018 13:13

Superlotado, inseguro, sem controle. Assim é o atual quadro em que se encontra o Sistema Penitenciário do Ceará. Com cerca de 29 mil presos, está “inchado” e corroído pelas facções criminosas, que dão as ordem e implantam um poder paralelo dentro do próprio Estado.  E 2018  começa tão turbulento quando foi 2017 nas principais unidades carcerárias locais, a maioria instalada no complexo construído em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).  Uma fuga coletiva na Casa de Privação Provisória da Liberdade Professor Jucá Neto, a CPPL 3, na madrugada da última quarta-feira (17), bem demonstra como estão os ânimos dos milhares de presos confinados nesses verdadeiros depósitos de presos. A ordem é fugir. FARRA CONTINUA Os presos que escaparam da CPPL 3 são ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), pois o presídio foi destinado para ela dentro do “fatiamento” que foi feito pelo governo no ano passado. Cada facção tem sua própria cadeia e lá ela manda. Assim como o Comando Vermelho está na CPPL 1 e no Presídio do Carrapicho, a GDE (Guardiões do Estado) ocupa a CPPL 2. Cada um no seu quadrado e o governo dizendo amém aos chefões do tráfico. É de lá, das cadeias, que partem as ordens para a matança sem controle que ocorre nas ruas e favelas das cidades. É de lá também que parte o planejamento dos assaltos a bancos e carros-fortes. E também é de lá que são controlados os negócios do comércio de drogas.  Sem o bloqueio do sinal de celulares, os grupos criminosos fazem a festa e não estão nem um pouco preocupados em serem flagrados ou não pela vigilância interna das CPPLs da vida. INTERVENÇÃO ESPERADA A proposta de intervenção federal no Ceará, que antes parecia bem longe da realidade, está ganhando corpo e já virou assunto na mídia nacional. Com a incrível marca histórica de 5.144 assassinatos em 2017 (a SSPDS diz que foram 5.134), o estado está na pauta das principais redes de TV e jornais do País. E a situação foi agravada com o triste episódio da expulsão de dezenas de famílias de suas casas, na periferia de Fortaleza, pelos traficantes que comandam células das facções Guardiões do Estado (GDE) e Comando Vermelho (CV). São as duas as responsáveis pela “guerra” que se estende por ruas, avenidas, becos e favelas da Grande Fortaleza e que já deixou nos primeiros 17 dias de janeiro de 2018, nada menos, que 292 cadáveres (assassinatos). O Conselho Estadual da Segurança Pública aguarda do secretário da Segurança, delegado federal André Costa, a apresentação do plano de segurança para 2018. Quer saber qual a estratégia que o governo pretende montar e executar para diminuir os altos índices de Crimes Violentos, Letais e Intencionais (CVLIs) no Ceará. QUEM PAGARÁ A CONTA ??? Informações extra-oficiais dão conta de que os membros do Conselho Estadual da Segurança Pública vão querer também que o governo explique a história de ter contratado especialistas da organização não-governamental Fórum Nacional de Segurança Pública, pela bagatela de R$ 10 milhões, para elaborar o plano de Segurança que será mostrado pelo governador Camilo Santana (PT). Esse plano estaria baseado no que foi colocado nas páginas de três livros publicados e distribuídos pelo governo. São três publicações como os seguintes títulos: “1- Experiências Exitosas de Enfrentamento à Violência e à Criminalidade (Análise de Benchmarking)”, “2-O Cenário da Violência e da Criminalidade no Brasil e no Ceará (Análise Comparativa)” e “3-Ceará Pacífico em Ação (Matriz de Acompanhamento)”. Os três livros trazem a chancela de Camilo Santana e da vice-governadora e coordenadora do Programa “Ceará Pacífico”, professora Izolda Cela de Arruda Coelho. O que chama a atenção é que de conteúdo novo o trabalho não traz absolutamente nada.  E os R$ 10 milhões? ASSALTOS: A CULPA É DOS BANCOS? A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) publicou no seu site a seguinte proeza: “A SSPDS vem desenvolvendo ações de combate a esse tipo de crime com uma dinâmica contínua (???) integrando inteligência, com foco na identificação de integrantes e prender os suspeitos”. Tudo isso para dizer que em 2017 o número de ataques a bancos no estado sofreu uma redução de 10 por cento em comparação a 2016. Informa também que no ano passado a Polícia registrou 56 casos, enquanto no ano anterior foram 62. Já o secretário André Costa repassa para as instituições bancárias a responsabilidade pelo incremento de maior segurança nas agências. “Uma ação importante dos bancos que resolveria e acabaria com esse tipo de conduta seria a instalação de dispositivos em todos os caixas eletrônicos que, ao ocorrer uma violação, as cédulas seriam automaticamente destruídas. Isso resolveria de maneira definitiva os assaltos bancos”. MORTES CAEM NAS ESTRADAS A Polícia Rodoviária Federal traz para os cearenses uma boa notícia para o Ceará neste começo do ano.  Segundo o órgão, caiu em 14,7 por cento o número de acidentes com mortes nas rodovias federais que cortam o estado, na comparação entre 2016 e 2017. No ano passado, foram 190 óbitos, contra 223 do período anterior. São números ainda preocupantes, reconhece a instituição, mas revela que as ações  de fiscalização têm dado resultados positivos, embora que reduzidas em relação a 2017. Neste cenário, a BR-116, no seu trecho urbano, ainda é a via com maiores índices de acidentes letais.  No trecho entre os quilômetros zero e 11,8 aconteceram no ano passado, nada menos que 175 acidentes. O alto fluxo é uma das causas de tantos sinistros.  Aumentou também o número de prisões nas BRs. Em 2017 foram 564, contra 484 em 2016.  Prova que os policiais rodoviários federais estão atentos. GROAÍRAS PEDE SOCORRO Um município com apenas 20 mil habitantes e que era considerado calmíssimo, mas, agora, se transformou diante do cenário da violência que atinge todo o estado do Ceará. Groaíras fica a apenas 246 quilômetros de Fortaleza e pouco mais de 20 da cidade de Sobral. No entanto, nos últimos meses a bandidagem tem feito a festa ali. Assaltos são registrados com freqüência, para não dizer, diariamente. Um dos principais alvos dos ladrões são as topiques que transportam os cidadãos, todas as manhãs, para Sobral. Mas há também os roubos nas ruas e os arrombamentos (furtos) nos estabelecimentos comerciais. O prefeito de lá, Wellington Vasconcelos, já esteve Fortaleza em busca de providências. Foi recebido em audiência pelo secretário André Costa. Mas não teve jeito. A situação continua a mesma e são apenas quatro policiais para guarnecer o Município. A população pede socorro. E TEM MAIS !!! * E a matança de mulheres do Ceará prossegue sem trégua. Na noite de quarta-feira, uma jovem de 22 anos foi morta, a tiros, na cidade de Canindé. O crime ocorreu a poucos metros de um local de peregrinação religiosa, a gruta da Basílica de São Francisco. * Taciana Araújo de Sousa, 22 anos, acabou se transformando na vigésima (20ª) mulher morta neste ano que mal começou. Em 17 dias, 20 execuções do gênero. E as estatísticas só tendem a aumentar, já que, cada vez mais, jovens estão envolvidas em grupos criminosos. * População de Fortim ficou chocada com a chacina ocorrida na madrugada de quinta-feira passada. Três homens foram mortos. Os corpos apresentavam marcas de tiros e as vítimas estavam algemadas.  Há suspeitas de que as vítimas tenham sido seqüestradas em outro lugar. * A prisão de uma agente penitenciária e três servidores administrativos em uma das Casas de Privação Provisória da Liberdade, do Completo Penitenciário de Itaitinga, na RMF, pode descortinar uma investigar maior  o grave problema de entrada de celulares nos presídios.      

LINKS PATROCINADOS