Loja de luxo era usada como fachada para aplicar golpes em Juazeiro do Norte - Cn7 - Sem medo da notícia

Loja de luxo era usada como fachada para aplicar golpes em Juazeiro do Norte

Proprietários capitavam dados de clientes para fraudar empréstimos

Loja de luxo era usada como fachada para aplicar golpes em Juazeiro do Norte

14/09/2023 9:06

Uma loja de artigos de luxo localizada em Juazeiro do Norte, no interior do estado, está sendo investigada pela Polícia Civil após a descoberta de que o local era utilizado como base de um esquema criminoso milionário. De acordo com a Polícia Civil, os proprietários da loja Maison Móveis e Decoração estão foragidos após serem acusadados de aplicar golpes usando dados de seus clientes.

Segundo o que foi apurado, os clientes eram abordados por vendedores da loja solicitando o preenchimento de um cadastro interno que ofertaria descontos. Entretanto, os dados eram utilizados na contratação ilegal de empréstimos em nome das vítimas.

Uma pessoas foi presa, e outras três estão foragidas, sendo estes os sócios que administravam a loja. Segundo a Polícia, os homens chegavam a fazer empréstimos de R$ 600 mil em nome de clientes que tinham apenas um salário mínimo como remuneração. A quantia aprovada para um trabalhador assalariado levantou a suspeita de que o esquema poderia contar com o envolvimento de um profissional bancário.

"De cinco pessoas apenas [vítimas do golpe], o montante [do golpe] era de mais de R$ 1 milhão. Durante a investigação, a gente descobriu que esse montante pode passar de R$ 10 milhões. A gente não tem ideia ainda de qual o tamanho da fraude e quantas vítimas foram lesadas por essa quadrilha", detalha o delegado regional de Juazeiro do Norte, Júlio Agrelli.

Para a Polícia, os acusados utilizavam o dinheiro arrecadado com os golpes para alimentar o caixa de empresa e fomentar a compra de novos produtos.

"Eles usavam, na verdade, esse subterfúgio para gerar um capital para a loja, movimentar um fluxo de capital e se capitalizar, comprar estoque", diz.

A apuração aponta ainda que os agentes ainda não consegue identificar as proporções que o golpe tomou, visto durante as investigações já foi confirmada a movimentação de mais de R$ 10 milhões.

O próximo passo, segundo os investigadores, é descobrir se o esquema tinha participação de funcionários do banco onde os empréstimos eram realizados.

"Um ponto que chama nossa atenção é se alguém do banco facilitou esse golpe, porque algumas pessoas que tinham um perfil de score [pontuação para obter crédito em banco] muito abaixo do que se espera para receber o montante obtido no banco. Tinha gente que recebia um salário mínimo e conseguiu fazer empréstimo de R$ 600 mil", diz o delegado responsável pelo caso.

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