FHC apela ao “bom senso” de aliados e Aécio e volta a confirmar apoio a Tasso

Fernando Henrique Cardoso

10/11/17 19:17

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criticou, nesta sexta-feira (10), através das redes sociais, a manobra de Aécio Neves (PSDB) que destituiu o senador Tasso Jereissati do comando do PSDB. O tucano cobrou que o atual presidente da sigla, Alberto Goldman, aliado de Aécio, que crie condições para que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, assuma “posição central” na sigla e reforçou que, caso isso não ocorra, endossará o nome de Tasso na disputa pelo comando tucano, em dezembro, na convenção nacional.

Fernando Henrique ainda apelou “ao bom senso” dos líderes do partido para que sejam criados os novos estatutos “para dar mais transparência e responsabilidades às decisões da Executiva”, como propõe Tasso para o PSDB sob seu comando. O senador cearense já afirmou que pretende trazer mudanças ao partido e a primeira seria a saída da base do presidente Michel Temer. No entanto, Aécio, maior fiador da aliança com o peemedebista, usa sua força como presidente nacional da sigla para submeter o PSDB aos interesses de Temer.

Confira a publicação de FHC:

“Diante do ocorrido ontem, e do acirramento que causou nas tensões do PSDB, apelo ao bom senso e às responsabilidades nacionais dos líderes do partido para que busquem restabelecer a unidade. Tal coesão é requisito para enfrentarmos a próxima campanha eleitoral propondo as transformações pelas quais o país clama. Mais importante do que querelas internas ou do que eventual apego a posições, no partido ou no governo, é estarmos atentos ao clamor das ruas, como diz nosso manifesto de fundação.

Para termos vez e voz na definição dos rumos do Brasil nas eleições de 2018 é preciso dar sinais claros de nossa própria mudança, criando canais mais amplos para participação dos filiados na escolha dos candidatos e modificando os estatutos para dar mais transparência e responsabilidade às decisões da Executiva do partido e definir regras que permitam a adoção de consulta direta aos filiados nas eleições posteriores a 2018. O apoio às reformas em curso no Congresso faz parte do que acreditamos e do que pregamos. Dentro ou fora do atual governo, este é um compromisso do PSDB. Na próxima campanha, tudo que pareça afastar-se das boas normas de conduta política será condenado, mormente no caso de um partido que se pretende transformador. Estamos jogando o futuro, não apenas os próximos meses.

Acredito que o restabelecimento da coesão, com tolerância à variabilidade das opiniões internas, mas também com firmeza de propósitos, requer que o presidente designado do PSDB, Alberto Goldman, crie condições para que líderes experientes e respeitados, como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, assumam posição central no partido.

Se porventura tal convergência não se concretizar, o que porá em risco as chances do PSDB, já disse que apoiarei a candidatura do senador Tasso Jereissati à presidência do partido. Com isso, não faço ressalvas ao direito do governador de Goiás, Marconi Perillo, a quem respeito por sua fidelidade ao PSDB e pelo bom governo que faz, de ser eventualmente candidato. A vitória de um ou de outro não corresponde à vitória do bem contra o mal: precisamos permanecer juntos”.

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