O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, negou neste sábado (17) que tenha negociado a compra de 30 milhões de doses da Coronavac com empresários pelo triplo do valor. Em nota, ele se defendeu afirmando que foi a sala para "cumprimentar os representantes da empresa" e que a gravação do vídeo foi uma sugestão da assessoria de comunicação da pasta.

"Ante a importância temática, uma Equipe do Ministério da Saúde os atendeu e este então Ministro de Estado – que detém o papel institucional de representar o Ministério da Saúde – foi até a sala unicamente para cumprimentar os representantes da Empresa, após o término da reunião. A Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde então sugeriu que fosse realizada a gravação de um pequeno vídeo de memória", diz a nota.

Entenda o caso

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, as vacinas CoronaVac foram oferecidas ao Governo pela empresa World Brands, de Santa Catarina. Ainda de acordo com a matéria, a negociação aconteceu no Ministério da Saúde no dia 11 de março, no gabinete do então secretário-executivo da pasta, Élcio Franco.

Ainda de acordo com a Folha, o preço unitário da CoronaVac oferecido pela empresa foi de 28 dólares a dose, o triplo do preço estabelecido pelo Instituto Butantan. "Saímos daqui hoje com o memorando de entendimento já assinado e com o compromisso do ministério de celebrar, no mais curto prazo, o contrato para podermos receber essas 30 milhões de doses no mais curto prazo possível para atender a nossa população", teria dito Pazuello à época. O depósito de metade do valor total deveria ser realizado dois dias após a assinatura do contrato.

Em janeiro, o Governo comprou 100 milhões de doses do imunizante por 10 dólares a dose.