Mayra Pinheiro deve ser processada por insistir na cloroquina contra a covid
Médica cearense trabalha no MS e continua acreditando na eficácia do medicamento
Mayra Pinheiro
21/01/21 8:54
A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do governo Bolsonaro, Mayra Pinheira — que já concorreu a uma vaga no Senado pelo Ceará — é a maior entusiasta dentro do Ministério da Saúde do uso de hidroxicloroquina, cloroquina para combater a covid-19. A informação é da Folha de S. Paulo desta quinta-feira (21). Mayra está sendo chamada de capitã cloroquina.
Segundo a publicação, “partiram dela a força-tarefa de Manaus para incentivar o uso dos medicamentos, o ofício que afirma ser inadmissível a não utilização dessas drogas e também o TrateCov, página na internet que orienta a administração de cloroquina e antibióticos até para dor de barriga de bebê”.
Juristas consultados pela Folha listam uma séria de crimes em que a conduta de Mayra pode ser enquadrada. Por exemplo, para “Conrado Hübner Mendes, professor de direito constitucional da Universidade de São Paulo (USP), o enquadramento mais preciso seria o crime de expor a vida ou a saúde de alguém a perigo, artigo 132 do Código Penal”.
Em tempo
Mayra, em maio de 2020, declarou que profissionais de saúde que se recusassem a disponibilizar cloroquina para seus pacientes poderiam ser julgados por omissão de socorro.
Em tempo II
A médica ganhou holofotes pela primeira vez em 2013, quando foi até aeroporto hostilizar cubanos que participavam de curso do programa Mais Médicos.