Projeto de Tasso quer substituir Bolsa Família por plano para reduzir pobreza
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Projeto de Tasso quer substituir Bolsa Família por plano para reduzir pobreza

"Lei de Responsabilidade Social" deve desempenhar o papel do auxílio emergencial

Senador Tasso Jereissati (PSDB-CE)

07/12/2020 8:45

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) apresentou projeto para reformular os programas sociais do Brasil -- incluindo o Bolsa Família -- e juntá-los em uma única ação, chamada de "Lei de Responsabilidade Social". Nela, serão traçadas metas para a queda da taxa geral de pobreza nos próximos três anos e verba extra de recursos do Orçamento destinada às transferências de renda aos mais pobres, alívio na flutuação de renda e estímulo à emancipação econômica. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo desta segunda-feira (7).

A ideia é encontrar uma solução para o fim do auxílio emergencial concedido à população vulnerável na pandemia, previsto para este mês. “Estamos terminando o ano sem resolver a questão emergencial”, disse Tasso.

Para ele, a sociedade está “madura” para aprovar essa lei. A proposta foi apresentada ao líder do governo do Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), e ao vice-presidente da Casa, Antônio Anastasia (PSD-MG), que tem presidido as sessões na ausência do presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP). Segundo Jereissati, a recepção foi muito boa.

A expectativa é de indicação rápida do relator para começar os trabalhos, diante da urgência do problema com o fim do auxílio. Para Anastasia, o projeto é muito interessante. “É uma lei que tem possibilidade de avançar e tecnicamente muito bem feita por especialistas gabaritados”, disse.

O projeto da LRS prevê três benefícios sociais para substituir o programa Bolsa Família: o Benefício de Renda Mínima (BRM), com valor médio de R$ 230; o Programa Poupança Seguro Família, que cria uma espécie de “FGTS” para os trabalhadores de baixa renda, incluindo informais, com depósitos mensais (R$ 39) vinculados a até 15% do valor declarado da renda, beneficiando quem ganha até R$ 780 por mês; e a poupança Mais Educação, formada com depósitos de R$ 20 por estudante regularmente matriculado na rede de ensino, enquanto sua família estiver recebendo o BRM. A expectativa é que o estudante receba R$ 3.253, quando terminar o ensino médio.

A proposta prevê um custo inicial de R$ 46 bilhões, com financiamento dentro da regra do teto de gasto (que impede o crescimento das despesas acima da inflação). Os gastos vão bancar R$ 36,6 bilhões do BRM, R$ 6,7 bilhões da Poupança Seguro Família e R$ 2,7 bilhões do programa Poupança mais Educação.

A previsão de recursos em 2021 do governo para o Bolsa Família é de R$ 34,8 bilhões. Pelo projeto, esse dinheiro iria para o novo programa, que prevê reforço também entre R$ 4 bilhões a R$ 6 bilhões com parte de remanejamento das emendas parlamentares, recursos vinculados ao Orçamento que deputados e senadores podem escolher onde alocar. A proposta incluiu no texto mudanças nas regras do abono salarial, uma espécie de 14.º pago a quem ganha até dois mínimos, que pode garantir mais R$ 4 bilhões, além do direcionamento de parte dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal para assistência social, com mais R$ 2,7 bilhões.

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