O vice-presidente nacional do PDT, Ciro Gomes, ficou indignado com o segundo suplente do senador Cid Gomes, Júlio Ventura Neto, por ter oferecido jantar, na última sexta-feira (19), ao comandante da Força Nacional, coronel Aginaldo -- aliado do presidente Bolsonaro no Ceará.

Compareceram ao evento a esposa do coronel, a deputado federal Carla Zambelli, nome forte do bolsonarismo nacional (apontada como porta voz de atos anti-democráticos), e o deputado federal Capitão Wagner, além do empresário Gaudêncio Lucena.

Em tempo

Gaudêncio Lucena é o mais ferrenho bolsonarista no Ceará, após trair o ex-senador Eunício Oliveira -- que perdeu poder quando não foi reeleito ao cargo.

Em tempo II

Gaudêncio deixou a primeira vice-presidência do MDB e, agora, é entusiasta do partido que Bolsonaro quer emplacar, o Aliança pelo Brasil. No novo pacote ideológico, o empresário é inimigo mortal do governador do Ceará, Camilo Santana, e do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio.

Em tempo III

Nos bastidores da política, todos acham que quem não deveria ter ido ao jantar era o deputado Capitão Wagner. Mesmo sabendo o motivo: homenagear o coronel Aginaldo que entrou para reserva após 33 anos de Polícia Militar do Ceará.

Em tempo IV

Ciro não gostou porque está na linha de frente do impeachment do presidente Bolsonaro. E Carla Zambelli é cabeça do movimento pelo retorno da Ditadura, como denuncia hoje (22) o jornal O Globo.

Em tempo V

Segundo os mais próximos do anfitrião do jantar, Júlio Ventura Neto só quis ser gentil com o coronel Aginaldo. Não pensou em política.

Veja matéria de O Globo